UFPel expõe crise financeira e pede apoio à Associação Comercial de Pelotas
Integrantes do Comitê de Crise da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) tiveram agenda nesta quarta-feira (14) com o presidente da Associação Comercial do município (ACP), Fabrício Cagol. O objetivo da visita foi expor a situação financeira e orçamentária da Universidade e solicitar o apoio da entidade na sensibilização dos associados especialmente em relação à quitação dos pagamentos devidos pelos estudantes afetados.
A reitora Isabela Andrade apresentou o cenário do bloqueio feito pelo Ministério da Economia e que zerou os caixas de todas as instituições federais de ensino superior do país. A medida impediu que a Universidade recebesse os valores para liquidar faturas, empenhos e compras que já haviam sido autorizadas e assumidas. Isso inclui bolsas de alimentação e moradia para estudantes em situação de vulnerabilidade, bolsas de ensino, pesquisa e extensão, e pagamento de serviços terceirizados e contas contínuas, como energia elétrica. Entre UFPel e Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), são cerca de R$ 13 milhões que deixam de circular na economia local neste final de ano, o que afeta diretamente comércio e lojistas pelotenses.
A gestora ainda detalhou a série de ações que a UFPel tem feito para buscar reverter o bloqueio e mitigar seus impactos (leia mais abaixo).
O recente desbloqueio parcial, destinado à assistência estudantil, foi apenas de R$ 1,5 milhão, o que representa 25% do montante. O restante ainda permanece bloqueado – ou seja, serviços terceirizados e contas de fluxo contínuo continuam sem pagamento. “O impacto no município e na região é muito grande. Por isso estamos falando com as lideranças”, destacou a reitora.
O presidente da ACP, que também é membro do Conselho Diretor da UFPel (Condir), relatou estar acompanhando a situação e lamentou que a crise atinja especialmente trabalhadores e alunos. “É uma situação difícil e complicada, para a UFPel e para a cidade”, afirmou.
Mesmo que os estudantes tenham conseguido receber suas bolsas, o pagamento veio com atraso. Assim, suas contas poderão sofrer juros, correção e multas que podem chegar a até 10% – e os recursos recebidos não vieram com esses ajustes. A intenção da Universidade é sensibilizar os comerciantes para buscar evitar a cobrança de juros e multas nesse momento atípico, que representam um grande volume no orçamento das pessoas em vulnerabilidade socioeconômica que se mantém com auxílios. Assim, os representantes da UFPel solicitaram à ACP uma comunicação aos seus associados expondo o problema e pedindo a compreensão, a que o presidente acedeu de pronto. “Estamos cientes e pediremos essa sensibilidade. Dói para todos, mas para um estudante de baixa renda, isso pesa mais ainda”, pontuou.
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