Relatório sobre Mudanças Climáticas é entregue ao Conselho Municipal de Proteção Ambiental (Compam)
O relatório dos trabalhos desenvolvidos pela Câmara Temática Temporária da Mudança Climática (CTTMC), da qual fez parte a Representação Institucional da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) atuante no período 2021-2023, foi apresentado ao Conselho Municipal de Proteção Ambiental de Pelotas (Compam). O documento foi entregue nesta segunda-feira (18). Pela primeira vez foi produzido um estudo participativo sobre percepções em relação à problemática ambiental local decorrente da crise climática, com proposições de medidas de enfrentamento.
Para identificar as percepções em torno da questão climática local, a Câmara desenvolveu levantamento junto às entidades conselheiras e do movimento ambiental. Na UFPel foram mobilizados 28 servidores especialistas de várias unidades que identificaram 30 efeitos da transição climática no município, 55 práticas locais agravantes, além de aportarem 78 sugestões de medidas preventivas e mitigatórias, o que superou expectativas e foi de grande relevância para o documento.
A ação reflexiva em torno dos cenários e do conteúdo do levantamento levou a conclusões que poderão servir como subsídios na implantação de uma política municipal para o clima. Entre as proposições trazidas pela Câmara Temática destacam-se a necessidade de declaração da emergência climática em Pelotas, bem como de definição e implantação de ações de adaptação, resiliência e mitigação, e de um com sistema de monitoramento transparente e participativo. Juntamente, a destinação de recursos públicos específicos, assim como a efetivação de um programa de Educação Ambiental. O fortalecimento da democracia ambiental é outro ponto evidenciado, assim como a necessidade de um profundo processo de avaliação das linhas de ação e padrão de gestão do Compam.
O Relatório é contundente em alertar que efeitos da crise climática somente serão contidos ou menos perversos se o modelo de desenvolvimento local for urgentemente alterado. Para os autores, “não é mais possível, tampouco eticamente aceitável, que prossigam as práticas desenvolvimentistas e insustentáveis tão dissociadas das novas requisições no cenário que se avizinha; se os padrões de crescimento e progresso atuais não forem substituídos por metas compatíveis com a realidade ambiental e alicerçadas no respeito à ciência, à dignidade humana e a todas as formas de vida, os esforços não prosperarão”.
O documento está em apreciação no Compam e, após, deverá ser disponibilizado no site da Prefeitura de Pelotas.