Projeto de Extensão organiza publicação de diários de Assis Brasil
No ano do centenário do Pacto de Pedras Altas, tratado que pacificou o Rio Grande do Sul na revolução de 1923, o projeto de extensão “Castelo de Pedras Altas – ações de preservação do acervo patrimônio cultural do Rio Grande Do Sul”, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), está organizando diferentes atividades para comemorar esse momento importante para a história do estado. Entre elas, a organização de um Seminário onde serão apresentadas as atividades realizadas no projeto, incluindo a preparação de uma publicação onde estará a transcrição dos diários da Granja de Pedras Altas, na sua íntegra.
Joaquim Francisco de Assis Brasil (1857-1938) se destacou inicialmente como líder político republicano, atuando no Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) entre 1882 e 1891. Após romper com Júlio de Castilhos, de quem era cunhado, Assis Brasil ingressou na vida diplomática, permanecendo longo tempo afastado do Rio Grande do Sul e de sua política. Depois de servir em Washington e em Buenos Aires, Assis Brasil encerrou sua carreira diplomática e retornou ao sul do Brasil, em 1907, retomando suas atividades políticas e se estabelecendo como produtor rural.
Nesse sentido, adquiriu a Granja de Pedras Altas, propriedade rural localizada na região do Pampa que ele procurou transformar em uma fazenda modelo, colocando em prática as ideias que havia exposto em sua obra “Cultura dos Campos” (1897).
Assis Brasil relatou o cotidiano das atividades agrícolas, pecuárias e de construção do “Castelo de Pedras Altas”, além de acontecimentos familiares e políticos, em cinco volumes contemplando o período entre julho de 1909 e março de 1917, sintetizados por Carlos Reverbel no livro “Pedras Altas – a vida no campo segundo Assis Brasil” (1984). Destes cinco volumes do Diário da Granja de Pedras Altas, o último se encontra perdido. Os quatro volumes restantes, contemplando o período entre julho de 1909 e fevereiro de 1916, encontram-se no Departamento de Museologia e Conservação e Restauro, onde estão sendo trabalhados por uma equipe multidisciplinar da UFPel (História, Museologia e Conservação e Restauração) em atividades que envolvem a digitalização dos diários, transcrição dos textos para edição, higienização, acondicionamento dos livros e disponibilização dessa relevante fonte de pesquisa para a comunidade acadêmica e para as pessoas interessadas.