Falta de anestesistas no HE UFPel: encontro tira dúvidas dos servidores
A Administração do Hospital Escola (HE UFPel) e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) realizou dois encontros com os servidores do HE com o objetivo de tirar dúvidas das equipes em relação à falta de anestesistas e o fechamento dos Programas de Residências Médicas. As reuniões ocorreram na noite de quarta-feira (01) e na tarde da quinta-feira (02). O encontro foi proposto pelo Sindicato que representa os servidores da Ebserh (Sindserf).
Participaram do bate-papo a reitora da UFPel, Isabela Andrade, a superintendente do HE, Carolina Ziebell, a gerente de Atenção à Saúde do HE, Cristiane Becker Neutzling, a gerente Administrativa do HE, Danielle Nolasco Zaffalon e o gerente de Ensino e Pesquisa do HE, Tiago Collares.
Na oportunidade, a superintendente do HE, Carolina Ziebell, fez um relato sobre a situação do Hospital, sobre as soluções que estão sendo buscadas, tirou dúvidas dos servidores e ressaltou a importância do encontro para que os servidores saibam o que de fato está acontecendo. “Estamos passando por um momento muito delicado, mas ninguém deve ter dúvida sobre a importância do nosso hospital para região. Nós somos o único 100% SUS, somos o maior prestador de serviço da Secretaria Municipal de Saúde em número de procedimentos e internações. Então o Hospital escola vai continuar sendo um hospital de ensino e vai continuar prestando serviços importantes para a comunidade”, explicou.
Da mesma forma, o gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital Escola, Tiago Collares, ressaltou a importância do Hospital e das residências médicas e desfez alguns mitos que estavam sendo propagados pela instituição. “Queremos reabrir as residências e não existe nenhuma possibilidade de fechamento do HE, o hospital está passando por alguns problemas, mas a UFPel e o HE vão ajustar e as coisas vão melhorar”, disse.
A reitora da UFPel, Isabela Andrade, falou sobre as ações que estão sendo realizadas com o objetivo de contratar anestesistas para o HE. Estamos buscando o apoio de diversos órgãos como a Prefeitura Municipal de Pelotas e a Associação dos Municípios da Zona Sul do Rio Grande do Sul (Azonasul). “Reabrimos o Processo Seletivo Simplificado e a Licitação para empresa terceirizada, teremos os resultados em meados de março. A Prefeitura de Pelotas está estudando a possibilidade de contratação emergencial de profissionais pelo período de três meses e a Azonasul também está analisando a possibilidade de contratação dos profissionais por um consórcio dos municípios”, informou.
Entenda o caso
Em dimensionamento realizado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), em 2014, foi referido a necessidade de 11 anestesistas para o atendimento no Hospital Escola. Contudo, o Hospital teve até o momento o máximo de nove profissionais da área em atendimento.
Com o Programa Especializado em Anestesiologia em funcionamento, era possível realizar os atendimentos com a ajuda dos médicos residentes. No entanto, o programa foi fechado por um órgão externo o que fez com que não houvesse mais residentes disponíveis para dar suporte ao HE. Além disso, dois anestesistas se afastaram, e o hospital passou a contar com 7 profissionais.
Para solucionar o problema, a direção do HE começou a chamar profissionais aprovados em um concurso nacional da Ebserh. Ao todo, foram chamados 1072 profissionais, porém nenhum assumiu. Após esgotar os aprovados no concurso, o HE abriu um Processo Seletivo Simplificado, no dia 2 de janeiro, que ficou com inscrições abertas durante um mês, porém não teve inscritos.
Em mais uma possibilidade de solução foi aberto um processo para contratação de serviços terceirizados, que culminou com a contratação de uma empresa que fornece um profissional que atua aos sábados.
A UFPel montou um Comitê de Crise para buscar soluções para o problema. Em reunião do Comitê com a prefeita Paula Mascarenhas, surgiu a possibilidade, ainda em estudo, de contratação emergencial de anestesistas pela Prefeitura, por um período de três meses, para dar suporte às cirurgias eletivas no HE. Já em uma reunião com a Associação dos Municípios da Zona Sul do Rio Grande do Sul (Azonasul) surgiu outra possibilidade de contratação de profissionais via Consórcio das cidades que também está em trataviva.
Como ação emergencial, a Maternidade do HE UFPel, que funciona no sistema de “porta-aberta”, terá seu horário de atendimento reduzido para que os profissionais que trabalham no setor possam atender às cirurgias eletivas. Dessa forma, nos próximos 60 dias, a Maternidade funcionará no período compreendido entre às 14h e 4h, de segunda a sexta-feira. No horário compreendido das 4h da manhã até as 14h, de segunda a sexta-feira, as gestantes deverão procurar o pronto atendimento do Hospital Universitário São Francisco de Paula, situado na rua Marechal Deodoro número 1123, o qual prestará este serviço no horário descrito.
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