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Coletiva de imprensa aborda o serviço de anestesiologia do Hospital Escola

Hospital Escola concluirá em 16 de fevereiro licitação para contratação de empresa de anestesiologia

Em coletiva de imprensa na tarde de sexta-feira (3), no auditório da Reitoria, representantes da gestão central da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Faculdade de Medicina, da Superintendência do Hospital Escola (HE) e da Secretaria Municipal de Saúde detalharam os encaminhamentos para ampliação do serviço de anestesiologia no HE. Em razão do contexto nacional de carência desses profissionais e, consequentemente, de concursos públicos sem candidaturas, a comunidade regional tem enfrentado filas para a realização de cirurgias eletivas. Pelo esforço em conjunto, a expectativa é de que, após 16 de fevereiro, por meio de novo processo emergencial de contratação de empresa especializada, o fluxo de atendimento seja recuperado.

Ao abrir a coletiva, a reitora em exercício da UFPel, Ursula da Silva, relatou que a Instituição, pelo seu compromisso social, está mobilizada para encontrar soluções, em todas as instâncias possíveis. A crise nacional de falta de profissionais anestesiologista, explicou, tem sido sentida principalmente nos Hospitais Universitários de instituições públicas, por conta das limitações legais à admissão de novos profissionais. “A missão de um Hospital Escola é o atendimento ao Ensino, à Pesquisa e à Assistência à comunidade. Os três pilares são importantes e necessários para justificar a existência vinculada a um curso de Medicina. A nossa responsabilidade é para que esse atendimento aconteça”, contextualizou.

Desde 2022 em busca de soluções

Uma das estratégias, conforme detalhado pela superintendente do Hospital Escola, Carolina Ziebell, foi o lançamento de licitação para serviços continuados de anestesiologia. O processo, ainda aberto, receberá inscrições até 16 de fevereiro. A situação emergencial, resultado da demanda reprimida e concursos sem candidaturas, permitiu ao Hospital Escola, filial desde 2014 da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a autorização da sede, no Distrito Federal, para contratação de empresa especializada.

A medida, em conjunto com a cessão de profissional por parte da Prefeitura Municipal de Pelotas, ampliará o atendimento, enquanto outras soluções e parcerias com instituições de saúde são articuladas. A diretora da Faculdade de Medicina, Psicologia e Terapia Ocupacional da UFPel, Julieta Fripp, expôs, entre outras estratégias, a necessidade de reinstalação na UFPel do curso de residência em anestesiologia, mediante ampliação das vagas docentes, para incentivar a permanência de anestesiologistas no município.

A avaliação da demanda do Hospital Escola indica a necessidade de onze profissionais para composição da escala de anestesiologia. O quantitativo abrange o atendimento em duas escalas cirúrgicas e de emergências e urgências obstétricas. “Em nenhum momento o Hospital Escola por concurso alcançou os profissionais dentro do seu quadro”, lamentou a superintendente do HE. Da mesma forma, o processo emergencial iniciado em janeiro, de dispensa de licitação, não obteve sucesso: pela avaliação do serviço, o contrato precisou ser rescindido.

Paralisação de Estudantes

A coletiva de imprensa também abordou a paralisação das atividades de estudantes do curso de residência médica em Cirurgia Geral, ocasionada pelos prejuízos da falta de anestesiologistas para as atividades de ensino. O movimento foi deflagrado em novembro de 2022 e novamente em janeiro de 2023.

O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFPel, Paulo Ferreira, buscou elucidar à comunidade de que a situação de estudantes da residência médica em Cirurgia Geral limita-se às atividades de ensino; não impactam no atendimento à população. Profissionais contratadas e contratados pelo atuam normalmente em urgência e emergência. “É importante separar a questão acadêmica desses estudantes e a questão assistencial da nossa comunidade”, resumiu.

A reitora em exercício explicou que os encaminhamentos para ampliação do serviço de anestesiologia no HE também são uma resposta às necessidades das médicas e dos médicos (residentes) e pediu colaboração para o enfrentamento à crise. “Apelamos para que possam estar conosco nesta luta. Nós sabemos que a formação de um estudante residente envolve um plano de ensino, conteúdo, carga horária, mas também temos o compromisso ético do atendimento à comunidade. Eu espero que esse compromisso faça parte também da formação desses profissionais, que se sintam envolvidos também na resolução dessa questão”, convocou.