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Coletivo Antropoéticas é distinguido na Reunião Brasileira de Antropologia

O Coletivo Antropoéticas, projeto de pesquisa vinculado ao Laboratório de Ensino, Pesquisa e Produção em Antropologia da Imagem e do Som da Universidade Federal de Pelotas (LEPPAIS/UFPel), recebeu quatro distinções na 33ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA) e o pré-evento de uma semana destinado ao “Prêmio Pierre Verger de Filmes Etnográficos”. A atividade ocorreu de 22 de agosto a 03 de setembro. Integrantes do Antropoéticas foram premiados por projetos que desenvolvem individual ou coletivamente.

O 1º lugar em Divulgação Científica na categoria “Perfis e Canais de redes sociais ou em plataformas de streaming e compartilhamento de vídeos” foi atribuído ao Ciclo de Webconferências sobre Trajetórias Pessoais e Histórias na Antropologia Visual no Brasil, um projeto desenvolvido em parceria entre a coordenadora do Antropoéticas/LEPPAIS, professora Cláudia Turra Magni, e os professores Nilson Almino e Philipe Bandeira, do Laboratório das Memórias e Práticas Cotidianas (LABOME) da Universidade do Vale do Acaraú/CE. Esse projeto, iniciado em 2019, durante a pandemia e ainda em curso, consiste numa série de 36 webconferências com pesquisadores/as de todo Brasil que, ao longo das últimas três décadas, se dedicaram à implementação e desenvolvimento da Antropologia Visual no país, hoje reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e pelo universo acadêmico como um campo importante da Antropologia. Através de uma parceria com a Editora Sertão Cult, todas as entrevistas estão sendo transcritas por pesquisadores e estudantes do Bacharelado e Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAnt) da UFPel e da Universidade do Vale do Acaraú, para a publicação em e-books, sendo o primeiro dos três volumes previstos já disponível gratuitamente.

O 2º lugar do Prêmio Pierre Verger na categoria Desenhos foi outorgado à Flávia Rieth, professora do Bacharelado e PPG em Antropologia da UFPel, pela obra Lampejos da memória”: entre as linhas da vida e a doença de Alzheimer, desenvolvida a partir de uma oficina de grafias promovida pelo Antropoéticas/LEPPAIS em 2021, em que a autora integra uma expressão autobiográfica à perspectiva de Tim Ingold sobre antropologia da vida, a partir do estudo da linha e das representações de parentesco.

A Menção Honrosa do Prêmio de Ensino de Antropologia foi atribuída ao projeto Blogueiras: ensino, pesquisa, extensão e divulgação científica em antropologia, desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Alimentação, Consumo e Cultura (GEPAC), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PGDR/UFRGS) e PPGAnt/UFPel, com integrantes que também fazem parte do LEPPAIS – o doutorando Guilherme Rodrigues e a professora Renata Menasche -, além das pós-graduandas Janice Trajano e Renata Ribeiro.

Outra Menção Honrosa para o prêmio de Divulgação Científica na categoria “Podcasts” foi concedida ao projeto Antropotretas, desenvolvido por coletivo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), do qual faz parte a professora Patrícia Pinheiro, que, desde sua passagem pela UFPel na condição de pós-doutora no PPGAnt, passou à condição de coodernadora do Antropoéticas. Esse podcast busca aproximar a experiência de pesquisa antropológica aos temas e “tretas” do presente.

Proposta
O Coletivo Antropoéticas é vinculado ao LEPPAIS, espaço criado em 2008 como núcleo de extensão do Bacharelado e do PPGAnt/UFPel. O propósito de ambos é a exploração e experimentação da criatividade antropológica através de expressões visuais, audiovisuais, sonoras, gráficas e sensoriais que dialoguem com outras áreas do conhecimento da UFPel e outras epistemologias não acadêmicas. De acordo com o grupo, entende-se que a Universidade tem o compromisso ético e político de manter-se em diálogo aberto com os/as interlocutores/as de pesquisa e a sociedade abrangente, seja no decorrer do processo de investigação ou na restituição social de seus resultados.

A composição desse coletivo de pesquisas modificou-se ao longo dos anos, mantendo-se a interlocução com pesquisadores/as egressos/as, com a rede de Antropologia Visual do Brasil e instituições estrangeiras, como a França (onde a coordenadora, professora Claudia Turra Magni, fez seu doutorado e pós-doutorado), mas também através da integração desse Coletivo à Associação Latino-Americana de Antropologia (ALA).