UFPel é premiada na categoria Mérito Institucional do 19º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) foi agraciada na categoria Mérito Institucional da 19ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica (PICT), concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Mérito Institucional é uma das categorias do Prêmio e seu objetivo é o de contemplar instituições que contribuíram, de forma relevante, para o alcance dos objetivos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
Com 1.313 docentes e mais de 18 mil alunos, a UFPel possui 350 grupos de pesquisa certificados pelo CNPq e tem mais de 5 mil projetos de pesquisa e 585 bolsistas cadastrados na instituição.
As instituições premiadas na categoria Mérito Institucional do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica são escolhidas por meio de apuração, realizada sobre relatório consubstanciado por dados disponibilizados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Ministério da Educação (CAPES/MEC). As instituições concorrentes devem participar do PIBIC, com bolsistas inscritos no Prêmio Destaque; obter o maior índice de egressos titulados na pós-graduação, em cursos reconhecidos pela CAPES; e não ter recebido a premiação nos últimos cinco anos.
A premiação consiste na concessão de bolsas adicionais do PIBIC e/ou do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) na cota da instituição contemplada, de acordo com tabela disponível no Regulamento do Prêmio; troféu; além de passagem aérea e hospedagem para que dirigente da instituição receba a premiação.
A cerimônia de premiação ocorrerá durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no dia 25 de julho, às 16h, na Universidade de Brasília (UnB).
Embora já tenha conquistado prêmios do CNPq em várias ocasiões por categorias individuais, é a primeira vez que a UFPel recebe o Prêmio enquanto instituição. Para a reitora Isabela Andrade, a conquista é fruto de um trabalho construído em longo prazo, por docentes, técnicos e estudantes que chega neste um ano e meio de gestão. “Apesar do momento de cortes orçamentários, esse reconhecimento vem em um momento marcante e vai oportunizar uma ampliação no número de bolsas. É mérito de toda a nossa comunidade e destaca o importante papel da Universidade em termos de pesquisa no Brasil”, celebra.
Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Flávio Demarco, a distinção evidencia que as políticas de iniciação científica e tecnológica da UFPel estão adequadas. Um dos principais indicadores do prêmio é a continuidade, na pós-graduação, dos estudantes que obtiveram bolsas de iniciação. Ou seja, do envolvimento desses alunos no universo da pesquisa e o avanço na sua formação como cientistas. “É um momento muito especial para nossa instituição. É um prêmio que não é individual: é de toda a comunidade, o que é um orgulho muito maior”.
A conquista vem no rol de boas notícias na área para a UFPel, aponta Demarco. Junto a ela estão o aumento médio nas notas dos Programas de Pós-Graduação – com crescimento significativo em comparação à avaliação passada -, aumento de quase 20% nas bolsas de mestrado e doutorado concedidas pela CAPES e a ampliação da captação de recursos para pesquisa e inovação tecnológica. Um cenário em que a pesquisa e a pós-graduação da UFPel se consolidam em todas as áreas do conhecimento, com reconhecimento nacional e internacional, que se reflete, também, nos rankings nos quais a instituição vem galgando posições. “A UFPel tem crescido e isso está muito vinculado ao cenário de pesquisa, pós-graduação e inovação”, aponta.
O gestor também alerta para as dificuldades enfrentadas pelas entidades que buscam fazer ciência no país. Segundo ele, o financiamento da pós-graduação hoje é o mesmo de 20 anos atrás e os valores das bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado estão congelados desde 2013. Demarco lembra ainda que 95% da pesquisa do Brasil é feita pelas universidades públicas. “A ciência é essencial para o desenvolvimento do país e isso passa pelo financiamento de projetos e de bolsas com valores adequados. É desafiador para os pesquisadores. Mesmo em condições adversas estamos conseguindo mostrar produtividade e qualidade das nossas pesquisas. Se não houvesse subfinanciamento, o quanto poderíamos impactar na ciência do país?”, questiona.
Iniciação científica e tecnológica
A política de ampliação ao acesso e maior equidade na distribuição de bolsas na UFPel nos últimos cinco anos reflete na honraria, analisa o coordenador de Pesquisa da UFPel, Marcos Britto Corrêa. Hoje, há menor concentração de bolsas por pesquisador e ampliação da distribuição entre áreas, o que oportuniza que mais pessoas, de diferentes segmentos, possam desenvolver ciência na UFPel.
Segundo Corrêa, o prêmio reflete o mérito institucional, porque é fruto de uma engrenagem: vai desde a condução do programa de pós-graduação até a orientação do estudante, que se envolve em grupos de pesquisa e encontra um ambiente que o estimula. “Temos convicção de fazer o melhor que podemos, pensando no potencial de transformação da iniciação científica. Nosso desejo é dar oportunidade para pesquisa ao maior número de estudantes, em diferentes áreas”, disse.
O superintendente de Inovação e Desenvolvimento Interinstitucional, Vinícius Campos, ressalta um conjunto de ações que funciona como um mecanismo de estímulo que se retroalimenta. Isso envolve a criação das Bolsas de Iniciação Tecnológica com recursos próprios da UFPel – as bolsas PBIP-IT – e das bolsas de Empreendedorismo Inovador (PBEI) – para projetos desenvolvidos em parcerias com empresas da Incubadora Conectar ou com outro ente externo para desenvolver soluções em ciência. O Congresso de Inovação Tecnológica (CIT), realizado dentro da Semana Integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (Siiepe) também contribui, sendo um espaço para os estudantes de graduação que desenvolvem projetos nas áreas de inovação e empreendedorismo. Some-se a isso a Política Institucional de Inovação, lançada em 2019, que centraliza e articula todas essas ações. “A gente acredita que essas iniciativas têm contribuído muito”, afirma.
De acordo com Campos, apesar dos cortes orçamentários, há um esforço para fomentar ainda mais bolsas, inclusive buscando outras fontes de financiamento. Em 2020, o CNPq aumentou em 62% as bolsas próprias de iniciação tecnológicas (PIBITIs), devido a uma série de critérios que a UFPel passou a atender nos últimos anos. “O prêmio é decorrência de todo esse processo, que culmina em estimular que mais pessoas entrem na graduação pra trabalhar com iniciação científica e tecnológica e consequentemente acabem indo para a pós-graduação”, pontua.
*Com informações do CNPq