Universidade ganha novo espaço dedicado à Arte e à Cultura
Na data de comemoração dos 55 anos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a comunidade acadêmica recebeu formalmente um novo espaço dedicado ao Ensino e à difusão da arte e da cultura: o Bloco 3 do Centro de Artes, infraestrutura destinada aos cursos de Licenciatura em Teatro e Dança, localizada na rua Alberto Rosa, 117. Em cerimônia realizada na tarde de quinta-feira (8), representantes da administração central e da direção da Unidade Acadêmica relataram os esforços coletivos para a conclusão da obra, ao ressaltar e celebrar a sua contribuição para a sociedade.
O evento inaugural contou com duas apresentações artísticas. O público pôde prestigiar o monólogo “A Atriz”, interpretado por Nina Grace Baptista, ao som instrumental de Estevão Santana, estudante do curso de Música da UFPel, que executou “Fé Cega, Faca Amolada”, de Milton Nascimento. A obra cênica, que trouxe fragmentos das peças “Galeria”, de Patrícia Silveira, e “Gaivota”, de Anton Tchekhov, abordou a linguagem teatral, de forma a refletir sobre a sua própria importância. Na cena, a atriz comenta sobre sua profissão, dramas e conflitos antes de entrar em cena. A apresentação, com direção da professora da UFPel, Giselle Cecchini, busca defender a arte e elogiar a sua resistência à maldade e à censura. “A minha voz vai atravessar o tempo porque eu sou uma atriz”, diz o texto, ao manifestar o desejo de vida longa às e aos artistas.
Na sequência, companhia vinculada ao curso de Dança apresentou a coreografia “Girar no Vazio”, de Malê Klee, premiada em 2024 no Festival de Dança de Joinville, considerado o maior evento nacional nessa área. O projeto “Turno 2: Pesquisa e Criação Artística“, coordenado por Daniela Castro e Eleonora Santos, reúne estudantes, servidoras e servidores e pessoas da comunidade externa. O grupo dedica-se à prática e à pesquisa da dança em corpos maduros, com bailarinas e bailarinos com média de idades entre 40 e 60 anos.
“Momento histórico”
Após as apresentações, representantes da gestão central da UFPel e da direção do Centro de Artes valorizaram, em suas falas, o movimento institucional para o atendimento a uma demanda de mais de 15 anos dos cursos de Dança e de Teatro, processo que marca a escolha da Instituição pelo investimento nas Artes. O prédio, dedicado às necessidades acadêmicas dos dois cursos, também será voltado à recepção e à difusão das Artes Cênicas à sociedade.
“Na Universidade Federal de Pelotas, arte e cultura resistem”, comemorou a reitora da UFPel, Isabela Andrade, ao iniciar o seu discurso. A gestora ressaltou a priorização da obra, no contexto de limitação de recursos às Instituições Públicas de Ensino, e elencou as conquistas recentes da Instituição, ao mencionar os recursos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, a viabilização do projeto da sede própria do Hospital Escola e o aumento da reserva de vagas para pessoas negras nos concursos públicos para o magistério superior.
Com a mesma perspectiva, a vice-reitora, Ursula da Silva, entendeu o momento inaugural como “feliz e histórico”, ao também ressaltar a participação do corpo discente pela conquista. Já o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFPel, Paulo Ferreira, lembrou das dificuldade para a conclusão da obra, diante do abandono da empresa vencedora do processo licitatório, os prejuízos no período de pandemia de Covid-19 e a desvalorização das Artes e da Cultura e das Universidades pelo Governo Federal naquele período. “O prédio ficou lindo, mesmo com todas as dificuldades que a gente enfrentou”, avaliou. A direção da Unidade Acadêmica, representada por Carlos Walter Soares e Roberta Barros, expressou a “emoção” do momento histórico e a sua “importância para formação artística, humana e política” para as e os estudantes.