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Ciclo Antirracista tem programação nesta SIIEPE

Grupo Odara

Nesta semana, o Ciclo de Atividades de Educação Antirracista da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que vem ocorrendo desde outubro, integra-se à programação da 9ª Semana Integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (SIIEPE). O Ciclo promove diferentes ações: exposição “A paixão de contar: As saias da Mestra Griô Sirley Amaro”, apresentação do Odara – Centro de Ação Social, Cultural e Educacional, atividade “A Pequena África: População Negra em Diáspora”, roda de samba e exibição de filmes.

O Ciclo de Atividades de Educação Antirracista está se constituindo como uma proposta a ser desenvolvida ao longo do ano, visando o enfrentamento do racismo. As atividades desta edição ocorrem até 30 de novembro.

 

Programação:

A paixão de contar: As saias da Mestra Griô Sirley Amaro

A paixão de contar: As saias da Mestra Griô Sirley Amaro

Data: de 20 a 24 de novembro – das 9h às 12h e das 14h às 17h30min

Local: Centro de Artes – Bloco 1 – 3º andar (Rua Coronel Alberto Rosa, 62)

 

Apresentação Odara – Centro de Ação Social, Cultural e Educacional

ODARA: Corpos Contadores de História

Data: 22 de novembro – 18h30min

Local: Largo do Bola (Rua Coronel Alberto Rosa, 117)

 

A Pequena África: População Negra em Diáspora

Data: 25 de novembro – das 14h às 18h

Local: OCA Casa Rendez-Vous (em frente à Praça da Alfândega)

 

Roda de Samba do Grupo Renascença 

Data: 26 de novembro – 16h

Local: Boteco Copa Rio (Rua Coronel Pedro Osório, 201)

 

CinePET – Falam as Pretas 

Filmes “A Coisa Tá Preta” e “Mulheres Negras – Projetos de Mundo”

Data: 30 de novembro – 16h30min

Local: Cine UFPel (Rua Lobo da Costa, 447)

 

Sobre o Odara – Centro de Ação Social, Cultural e Educacional

A ONG Odara tem seu início no ano 2000, na cidade de Pelotas/RS, após a segunda edição do Projeto CABOBU – Os Tambores do Sul recebem os Tambores do Mundo, projeto que teve por idealizador o músico, percussionista e compositor Giba Giba. Com o objetivo de ressignificar e valorizar a presença do tambor de Sopapo na cultura negra, principalmente do município de Pelotas, o CABOBU deixa como herança este fazer que Odara abraça para fazer-se existir em uma militância negra com arte, cultura, educação e ação social.

Assim, a dança afro e a percussão, permeada pelo tambor de Sopapo, torna-se o fator de sedução/agregador na prática Odara.

Não existe restrição para participar. Crianças, jovens, adultos e todas as pessoas que desejarem participar o Odara “abraça”.

Aulas de dança afro, percussão, presença em escolas com oficinas, palestras, debates, participação em seminários, congressos, fóruns, parcerias com Universidades, Secretaria de Cultura e Educação, ações em bairros da cidade, a Feira de Afroempreendedores, entre outras, fazem parte das diversas ações que constituem o fazer e o jeito de ser Odara.

Odara, através de uma jovem existência de 23 anos, busca em sua prática estar colaborando para o (re)conhecimento, valorização e protagonismo do povo preto, atuando firmemente em prol de uma educação antirracista, da valorização da diversidade, da busca por oportunidade para todas as pessoas através de políticas públicas que reconheçam e valorizem a existência e o fazer do povo preto.

 

Sobre a exposição “A paixão de contar: As saias da Mestra Griô Sirley Amaro”

Em “A paixão de dizer/1” Eduardo Galeano conta sobre uma senhora que veste “uma saia imensa, toda cheia de bolsinhos, dos bolsos vai tirando papeizinhos, um por um e em cada papelzinho há uma boa história para ser contada, uma história de fundação e fundamento” (Galeano, 1991, p.17). Certa vez a própria Mestra Griô Sirley Amaro, ao ouvir esta narrativa, se reconheceu nas palavras de Galeano, e interpelou dizendo que ela era essa senhora, que de seus fuxicos contava histórias de verdade e fundamento sobre o que viveu e sobre o que lhe contaram durante sua vida.

Nesta exposição, refletindo sobre o tema da 9ª SIIEPE, a comissão organizadora traz ao público parte dos cartões postais que a mestra recebeu durante sua vida, provocando a pensar onde se sonha em ir. “Partimos de uma saia branca vazia colocada no centro da sala em um convite aos visitantes para preenchermos a saia com nossas histórias e nossos fuxicos”, contam. São disponibilizados aos visitantes fuxicos já alinhavados e dois pedaços de papel. No primeiro, há o convite para que as pessoas escrevam alguma palavra que lhes remeta à memória para costurar na saia da mestra, e um segundo papel, em que se possa escrever um sonho a ser realizado fora do Brasil. Este fuxico então é costurado em um grande mapa-múndi e tem sua linha amarrada à Pelotas.

Uma grande trama se forma a partir do ponto marcado como Pelotas, assim como o conhecimento posto no mundo, nesse processo de internacionalização que se debate na SIIEPE. O fuxico, matéria central na prática da mestra, aqui se coloca como uma mônada que condensa o passado, na saia com as memórias, e o futuro com os sonhos costurados no mapa. Por esta ação, a intenção é provocar o visitante das mais amplas formas, desde o contato com um acervo que representa a memória recente do povo negro na cidade de Pelotas, até mesmo a própria concepção de exposição de arte, onde a obra é construída simultaneamente por todos que a visitarem.

Os responsáveis pela atividade são o grupo Orin Èkó: Musicalidades, Memórias e Cultura – professor Felipe Martins – Centro de Artes da UFPel e o PET Fronteiras: Saberes e práticas populares – professora Denise Bussoletti – Faculdade de Educação – UFPel.