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O papel das Instituições no combate ao racismo foi o tema do primeiro evento presencial da PREC

No último dia (23) ocorreu o primeiro evento presencial da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC), no auditório do Centro de Artes. O evento teve como tema “O papel das Instituições no combate ao Racismo” e contou com a presença do integrante do AfroReggae (RJ), William Reis, da Iyalorixá Gisa de Oxalá (CEAAB/CBTT/RS), do militante antirracista, Marcio Chagas e do pró-reitor de Extensão e Cultura da UFPel, Eraldo Pinheiro.

De acordo com o pró-reitor de Extensão e Cultura, Eraldo Pinheiro, a administração central da UFPel está trabalhando com o objetivo de mitigar o racismo dentro da estrutura organizacional da Universidade. “Estamos fazendo formações com os gestores, mas achamos importante trazer a comunidade para debater esses pontos e, a partir disso, direcionar as nossas políticas internas para que o real papel da Universidade seja cumprido”, explicou.

Em sua fala, Willian Reis relatou um pouco sobre as suas experiências no Rio de Janeiro, que apesar de ser um local com culturas diferentes, tem como reflexo do racismo, as mesmas consequências de dor, de dificuldades e barreiras de acesso. O integrante do AfroReggae ainda destacou a necessidade de que as instituições tenham espaços de escuta, cumpram a lei e realizem adaptações nos currículos para oportunizar que a história do povo negro seja escutada. Para William, os projetos podem ser o elo entre a universidade e a comunidade e a formação antirracista dos servidores é fundamental para o combate ao racismo dentro da instituição.

Marcio Chagas discorreu sobre como foram construídas as barreiras racistas ao longo do tempo e trouxe experiências pessoais no âmbito dos esportes. O militante destacou as dificuldades do povo negro de reagir em determinados momentos e o quanto isso distancia o povo do poder. Além disso, salientou que por vezes a comunidade universitária não tem dimensão do que é de fato uma aproximação com a comunidade.

A Iyalorixá Gisa de Oxalá apresentou questões relacionadas as instituições religiosas e como elas conseguem diminuir os impactos quando as pessoas negras têm a oportunidade de estar em um ambiente universitário. A Iyalorixá, que foi servidora da Universidade, salientou que apesar das religiões de matriz africana sofrerem preconceito, também dá força para enfrentar as barreiras que as pessoas negras são expostas no mundo. Para ela, o povo negro passa por mudanças de hábitos quando tem acesso à Universidade, mas é importante que a Universidade também se adapte ao povo negro.

Um dos pontos altos do evento foi a participação do público que teve a oportunidade de se manifestar, expor as suas indignações e crenças, desabafar em alguns momentos. De acordo com o pró-reitor Eraldo Pinheiro as contribuições dos palestrantes e do público possibilitará reflexões importantes para dar sequência às ações da gestão de forma prática.

Na sequência, a UFPel realizará outros eventos com temáticas afins como gênero, inovação r relação entre as pessoas.