Primeira turma de Agronomia da UFPel comemora Jubileu de Ouro
A Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel soma 136 anos de atividades. Porém, foi em 1969 que passou a fazer parte da recém-criada Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Naquele ano, colava grau a turma de engenheiros agrônomos que celebrou seu Jubileu de Ouro nesta sexta-feira (6). Na solenidade, 29 formandos se reencontraram, confraternizaram e receberam homenagens pela data. Junto a eles, duas formandas do curso de Ciências Domésticas, que também se graduaram naquele ano.
Trata-se de uma turma com características únicas. A começar pelo fato de que o grupo pertenceu a três diferentes instituições de ensino: ingressaram na Universidade Rural do Sul – que se transformou em Universidade Rural do Rio Grande do Sul, durante o período de estudos – e se formaram na UFPel.
O orador da solenidade, Arthur Mariante, destacou que, na época, o vestibular foi feito em três diferentes lugares: Pelotas, Florianópolis e Passo Fundo. Durante o discurso, lembrou do convívio intenso de oito horas diárias de aula, a responsabilidade de pesquisar e datilografar apostilas das disciplinas, a boate e a rifa de um Fusca criados para arrecadar fundos para uma viagem de formatura que não chegou a sair do papel. “A vida nos levou para caminhos diferentes, e é difícil acreditar que 50 anos tenham se passado”, disse.
Professor homenageado da turma, Eduardo Osório lembrou que, à época, a posição do Brasil nas estatísticas das culturas apresentadas em aula era sempre baixa na maior parte delas. Agora, o país figura no topo. “A natureza é a mesma. O que mudou foi o trabalho dos técnicos nesse período, que fez uma mudança extraordinária. Vocês são responsáveis por isso. Vocês têm que estufar o peito e dizer ‘eu cumpri minha missão, e bem feita’”, assinalou.
A cerimônia de homenagem contou ainda com a presença da professora Leonor Almeida de Sousa Soares, filha do diretor da Faem em 1969, José Álvares de Sousa Soares Sobrinho, e paraninfa da primeira de Ciências Domésticas da UFPel.
O diretor da Faculdade de Agronomia, Dirceu Agostinetto, aproveitou a ocasião para parabenizar os “formandos” e traçar um panorama da atual Faem, que já formou mais de 10 mil profissionais, entre graduação e pós-graduação.
Ao fazer o resgate da história da UFPel, o reitor Pedro Curi Hallal destacou o respeito por essa trajetória e sua valorização. “Milhares de famílias foram mudadas, construídas em torno de carreiras que se iniciaram aqui. Meu sincero obrigado a todos os que engrandeceram o nome da UFPel e fizeram com que fosse conhecida mundo afora”, disse.
Momentos simbólicos
Após a homenagem, o grupo inaugurou o quadro de formatura, que não chegou a ser confeccionado na época. Agora, a turma de 1969 está eternizada em um dos corredores da Faem. “É uma satisfação muito grande para a nossa turma estar aqui”, declarou o orador do momento, Nelson Dionello.
Na sequência, os profissionais visitaram uma das árvores plantadas na época da formatura. A imponente timbaúva está em frente ao prédio da Faem. “É uma alegria estar vendo cada um desses rostos de quem hoje chamamos de irmãos. Foi um período extraordinário de aprendizado e relações que o tempo não apaga”, destacou o orador Fernando Diaz. De acordo com ele, quando o grupo plantou a “mudinha”, o paraninfo, Glauco Olinger, disse uma frase que os marcou: “que o crescimento profissional seja semelhante ao dessa árvore”. Aos 97 anos, Olinger não pôde comparecer à cerimônia, mas mandou uma mensagem ao grupo. “Estou honrado e rogo a merecida felicidade a todos”, dizia o texto.
Morador de Goiânia, Jairo Antoniazzi, 73 anos, foi um dos que veio de mais longe para celebrar o Jubileu de Ouro. Para ele, que já tinha vindo a Pelotas na comemoração dos 25 anos, estar de volta à Faculdade, rever os amigos e relembrar os velhos tempos é emocionante. “Estamos realizados. O coração bate mais forte. Em termos profissionais, para mim, a Faem representa tudo”, disse.
O vídeo da cerimônia está disponível no Canal da UFPel no YouTube.