Festival de Gastronomia da Fenadoce tem programação de palestras
Entre os trabalhos de parceria estabelecidos pela UFPel e Fenadoce está parte da programação do Festival de Gastronomia. Ao propor o tema Fenadoce Patrimônio Nosso, o CDL apontou os caminhos pelos quais a Feira fala da cidade. Entende-se que o patrimônio material e imaterial, associados como expressões da cultura local, faz-se representar pela tradição doceira e tudo que a ela está ligado. Assim, as palestras que estão agendadas para ocorrem na Fenadoce tratam deste patrimônio sob muitos aspectos e muitos modos. Foi convidando os especialistas em diferentes temáticas que a UFPel atendeu este ponto da parceria, organizando um ciclo de palestras intituladas Patrimônios do nosso lugar.
Iniciaram com os diretores dos museus que a UFPel possui no entorno da Praça Cel. Pedro Osório que falaram sobre as exposições e visitas que o público está realizando nos museus durante o período da Fenadoce.
Na sequência, o professor Valdecir Carlos Ferri palestrará sobre a influência da tradição do vinho na identidade cultural portuguesa. Como Doutor em Ciências agrárias, na área de vitivinicultura fez o seu Pós-doutor na Universidade de Coimbra/Portugal , justamente na área de patrimônios alimentares, culturas e identidades. Lá, observou como a presença desta bebida define e, ao mesmo tempo, acompanha os modos de vida dos portugueses. Sem dúvida, é uma palestra imperdível para quem gosta de vinho e quer saber um pouco mais sobre este nobre líquido.
A palestra seguinte é com o geográfo e doutor em Memória Social e Patrimônio Cultural Alcir Nei Bach que em seu mestrado e doutorado levantou o riquíssimo patrimônio que a cidade tem na sua indústria do pêssego. Alcir entrevistou e visitou as indústrias e os produtores e sabe coisas incríveis sobre a produção desta fruta que é tão própria da região. Com muitas fotos, Alcir contará histórias sobre esta produção local.
Depois, palestrará a professora Adriane borda, arquiteta, Doutora pela Universidad de Zaragoza (Espanha) e pós doutora em Arquitetura pela Universidade de Leuven/Bélgica. Ela coordena o GEGRADI da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, laboratório de gráfica digital que já produziu maquetes dos principais monumentos de Pelotas. O seu trabalho faz o público apreciar de outro modo as casas históricas e outros monumentos da cidade, porque a forma como os esquemas, maquetes e outras interpretações destes bens é feita pelos recursos do laboratório, traz para a palma da mão, os detalhes que os olhos não enxergam.
E não faltará um debate sobre a Agricultura Familiar que terá Marigaiane Medeiros, Cooperativa Sul Ecológica, Zamir Cardoso, Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia, e Ana Júlia, Cooperativa Teia Ecológica conversando sobre o que é ser um produtor familiar e qual a importância para todos desta produção.
A palestra seguinte contempla diretamente o que acontece na Cidade do Doce. A professora Maria Letícia Ferreira, mestre em Antropologia e doutora em História e Pós-doutora pela Universidade de Paris-Sorbonne IV, entrevistou dezenas de doceiras em Pelotas e acabou gerando um acervo de informação sobre o ofício que estas mulheres adotaram. Esta pesquisa gerou parte importante do Inventário de Referências Culturais sobre a Tradição Doceira de Pelotas e Região.
A Professora Nóris Leal, historiadora que foi a primeira diretora do Museu do Doce e está realizando seu doutorado em Memória Social e Patrimônio Cultural, pesquisa sobre a tradição doceira da cidade de Pelotas. Ela já identificou a trajetória dos doces na cidade, e vem estudando o papel da Fenadoce na consolidação do entendimento de uma tradição doceira.
Para encerrar, estará na Fenadoce o arquiteto Andrey Rosenthal Schlee. Mestre e Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo e professor Titular da Universidade de Brasília, falará como Diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan e Membro do Conselho Consultivo do Patrimônio Museológico do IBRAM. Ele acompanhou o processo do tombamento do conjunto histórico de Pelotas e do reconhecimento nacional da tradição doceira, como patrimônio imaterial e contará como aconteceu isto. Trata-se do único caso no Brasil.
Programação
12 / quarta 16h – Palestra com Professor Valdecir Carlos Ferri: A influência da tradição do vinho na identidade cultural portuguesa.
14 / sexta 19h – Palestra com o Professor Alcir Nei Bach: A indústria do pêssego em Pelotas.
15 / sábado 19h – Palestra com a Professora Adriane Borda de Almeida: Modela Pelotas: o patrimônio na palma da mão.
17 / segunda 18h – Debate sobre a Agricultura Familiar – Da Terra à Mesa
com a participação de Marigaiane Medeiros, Cooperativa Sul Ecológica, Zamir Cardoso, Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia, e Ana Júlia, Cooperativa Teia Ecológica.
18/ terça 18h – Palestra com a Professora Maria Letícia Mazzucchi Ferreira: O doce pelotense: uma história de doceiras.
19 / quarta 16h – Palestra com a Professora Nóris Leal: A Linha do tempo dos doces em Pelotas.
21 / sexta 19h – Palestra com o Professor Andrey Rosenthal Schlee: Construção e instrução do processo de tombamento do conjunto histórico de Pelotas (IPHAN).