Gastronomia da UFPel tem Festival na Fenadoce
O Festival de Gastronomia da Fenadoce está sendo desenvolvido no espaço da Feira por professores e alunos do Curso de Gastronomia da UFPel. No segundo dia da Feira, iniciou o Festival com duas aulas show e uma mesa redonda. Quem falou sobre este dia inaugural foi a professora Carmelita da Costa Jardim, que destacou, de imediato, a importância do evento na Feira.
“A divulgação que o Curso de Gastronomia obtém neste espaço é importante, sobretudo porque sabemos que o campo em Pelotas cresce e se qualifica a partir do conhecimento que é gerado neste curso. Também é importante a vivência dos alunos que estão participando das atividades como ministrantes, juntamente com os professores. A interação com a comunidade, a troca com os assistentes das oficinas, oportuniza ao estudante uma vivência concreta da sua prática profissional”, diz a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFPel, Francisca Michelon.
Carmelita é professora de doçaria, que é uma disciplina com conteúdo de enfoque exclusivo aos doces de Pelotas e de origem portuguesa e confeitaria. A primeira aula-show foi sobre Papo-de-anjo e a segunda, sobre PANCs (plantas alimentícias não convencionais). Para quem foi na oficina de Papo-de-anjo, a grande surpresa foi constatar que, ao contrário do que muitos pensam, não se trata de um doce de difícil preparo. “Em 40 minutos, as lindas formas douradas estavam prontas. Já na aula-show de PANCs, foram ensinados métodos de preparo com algumas PANCs regionais e ao final da aula, as saladas de azedinha com ora-pro-nóbis foram regiamente degustadas pelos presentes, surpresos que ficaram em ver plantas aparentemente apartadas do nosso cardápio costumeiro, gerarem pratos saborosos. No meio destas aulas plenas de surpresas deliciosas, houve a mesa-redonda sobre as mulheres na cozinha”, observou a pró-reitora.
A professora Carmelita mediou a mesa, cujo tema é vinculado ao Projeto de Ensino Maria Brasileira, que discute a questão de gênero na cozinha. Ela destacou que o número de mulheres na Gastronomia é maior do que o de homens, no entanto, o destaque para o Chef, ao menos diante da mídia, é o homem. A situação, conforme a professora, reflete o pensamento geral da sociedade em que vivemos, na qual o preparo do alimento, quando feito pela expressão do conhecimento e da habilidade, não é naturalmente atribuído à mulher. Portanto, Maria Brasileira trata da Gastronomia para além do preparo, para além da criação e discute, com espontaneidade e profundidade, as atribuições de papeis na sociedade, que segregam os valores inerentes a todos os gêneros.