Inscrições no Ciência sem Fronteiras terminam nesta sexta (26)
Um dos maiores programas de mobilidade do Brasil, o Ciência sem Fronteiras, está com editais abertos. Os alunos interessados em uma vaga para cursar um ano de faculdade no exterior têm até esta sexta (26) para fazer a inscrição.
A graduação-sanduíche pode ser feita em 21 países, sendo eles: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coréia do Sul, Espanha, EUA, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Reino Unido e Suécia.
Os documentos para a inscrição devem ser entregues entre 9h e 12h na Coordenação de Relações Internacionais (CRInter), que fica na Rua Lobo da Costa, 859. O edital abaixo contém as orientações para a inscrição, assim como requisitos e áreas prioritárias.
Veja abaixo alguns depoimentos de alunos da UFPel que tiveram a oportunidade de estudar no exterior através do Ciência sem Fronteiras.
Henrique Al-Alam – estudou Engenharia de Produção no Canadá, na Universidade de Ryerson
“O Canadá é um país de muitos estrangeiros, portanto possui diversas culturas, o que facilitou muito na adaptação. Com grande taxa de imigração, ficou fácil encontrar gente de muitos lugares diferentes, fazendo com que eu não me sentisse um “estranho”. Quanto à universidade e ao inglês, foi apenas questão de tempo, o que no início parecia uma barreira bem grande, foi se tornando muito tranquilo com o passar dos meses.
É possível encontrar lugares brasileiros lá, que fazem com que diminua o abismo cultural. Porém, fatores como a educação do povo, pontualidade e outros fazem com que a diferença seja notada diariamente. Alguns pontos são positivos, outros negativos, depende do ponto de vista.
Provavelmente irei atrasar minha formatura em um ano ou um semestre. Depende do número de matérias que eu irei conseguir aproveitar. Dificilmente me formarei nos cinco anos iniciais, devido ao fato das matérias não serem 100% idênticas.
Conheci diversos lugares dos Estados Unidos, como Chicago, Nova York, São Francisco, entre outros. E no Canadá, conheci apenas cidades muito próximas, pois é caro viajar aqui. E não tínhamos muito tempo também, todas minhas viagens foram feitas nos 3 períodos de férias (dois de 2 semanas e um de 1) ou em finais de semana durante o estágio, devido ao fato da universidade ter uma carga de tarefas para a casa muito grande.
Foi indescritível, recomendaria a todo estudante universitário ir em busca de um intercâmbio pois faz com que se amadureça e mude a visão acadêmica e pessoal com relação a diversas coisas.”
Marcel Farias – está estudando Design na RMIT University, em Melbourne, Austrália.
“A adaptação está sendo bem tranquila, é fácil se adaptar a uma cidade de primeiro mundo (risos). A cidade é maravilhosa, só ando sentindo falta de “comida de verdade”. Aqui em Melbourne tem muito fastfood, um McDonald’s ou Hungry Jacks (rede de fastfood da Austrália) em cada esquina. A universidade é ótima, muito tecnológica e os prédios são lindos. À língua estou me adaptando, cada pessoa tem um sotaque diferente (risos de novo).
Meu edital disponibiliza dinheiro para nós pagarmos nossa moradia. Moro com um casal no momento (ele é dinamarquês e ela é daqui mesmo). O custo de vida aqui é muito, muito caro!
Estou estudando Design e cadeiras relacionadas à área. Não existe o curso chamado “Design Digital” aqui, estou estudando um pouco de Advertising e Fotografia, mas todas relacionadas em algum aspecto com Design.
Vou demorar mais um ano além do esperado para me formar. Quando deixei Pelotas, estava no quarto semestre – e voltarei para o quarto semestre. Não conclui todas as cadeiras obrigatórias.
Ainda não viajei para outras cidades. Logo mais acho que vou para Sidney ou algum outro lugar – e espero que tenha Cangurus (risos).
A experiência está sendo muito boa! Grande crescimento pessoal e é ótimo ter uma nova perspectiva do mundo. Muitas coisas diferentes.”
Giovane Bertuol – estudou Engenharia Mecânica na University of Derby, na Inglaterra
“A experiência é indescritível, mas se eu conseguisse traduzir o que vivi lá, chamaria de um mundo (ou vida) paralelo/a, onde pude realizar vários sonhos e conhecer coisas que não imaginava conhecer.
A adaptação foi tranquila pelo fato de ter estado com mais de 50 brasileiros ao meu redor. Assim, me senti no calor brasileiro (do povo) em pleno inverno europeu. Em primeiro momento, os únicos fatores que impediram a total adaptação foram a comida (pouco saborosa) e o clima (durante o inverno escurecia por volta de 16h). Para superar isso, aprendi a cozinhar (morei minha vida toda com meus pais) e sempre me encontrava com os outros, ou para conversar ou para ir a algum pub da cidade. Já em relação à universidade, o sistema de ensino é totalmente diferente, pois conta com menos aulas presenciais e mais atividades dirigidas para estudos em casa.
Não diria que foi difícil de me adaptar, já que os professores nos deram muito apoio e fizemos várias atividades (viagens, visitas, etc) por conta da universidade, mas senti essa diferença no método. A língua talvez tenha sido a pior adaptação no início, já que o sotaque britânico é muito notável e forte. Creio que demorei cerca de 3 meses para conseguir manter um diálogo sem complicações. A título de curiosidade: às vezes pessoas de algumas regiões diferentes do Reino Unido não se entendem por causa do sotaque variado.
A moradia foi diretamente fornecida pela universidade, nem mesmo o auxílio que recebíamos para tal passava por nossa conta no banco. Concluo que foi o método mais prático e válido.
Senti diferença no modo de ser tratado. Fui respeitado em todo lugar que passava, mas de uma certa forma senti saudade das piadas e brincadeiras comuns do povo brasileiro. Em relação aos costumes, o povo britânico, principalmente em minha cidade, não possuia muitos cuidados com higiene, por exemplo. Além disso, as estradas são ao contrário, e por vezes quase fui atropelado, já que olhava para o lado errado. Por fim, todo mundo acha que os brasileiros bebem bastante, mas eu duvido alguém conseguir acompanhar os britânicos em um pub, onde começam a beber de tarde e só param quando acaba o dinheiro.
Hoje posso dizer que não voltaria para o Brasil se não fosse por minha família e amigos. A diferença na qualidade de vida é exorbitante e as oportunidades de emprego são vastas e justas.”