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Colheita da Uva está oficialmente aberta

A comunidade de Pelotas celebrou, nesta terça-feira (7), a fruta que ao mesmo tempo une pessoas, faz bem para o corpo e o espírito e tem sido um destaque na região. Produtores, entidades apoiadoras – entre elas, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) – e o público prestigiaram a abertura oficial da Colheita da Uva, que ocorreu na Colônia Rincão do Andrade, no sétimo distrito.

São 45 famílias produtoras em Pelotas e região, responsáveis pelo cultivo de cerca de 110 hectares de variedades como Niágara Rosada – que responde por 60% da produção local -, Niágara Branca, Bordô, Isabel e Concord (conhecida também por uva francesa ou telha). A produção varia de 10 a 40 mil quilos por hectare.

Conforme o professor da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, César Rombaldi, a Niágara Rosada é a preferida pela menor dificuldade de produção e o preço acessível ao consumidor, que chega entre R$ 2,50 e R$ 5,00. Segundo ele, a região reúne as condições necessárias para ser uma grande produtora. “Aqui temos uva local, com sotaque local e condições de produtividade que superam qualquer localidade do país”, garantiu. Isso pela quantidade de chuva na medida – suficiente para uma fruta bonita e não excessiva que possibilite doenças.

Durante o evento, o professor da UFPel conduziu uma palestra bem-humorada sobre os grandes benefícios do consumo da uva. De acordo com o docente, trata-se de uma das poucas frutas que conseguem reunir pessoas. “Não são todos os produtos agrícolas que fazem isso. A uva é especial”, comentou Rombaldi, enumerando ainda as razões para consumir o produto local: “é bonita, boa, não é cara, a família fica feliz e o dinheiro fica na região, que vai para frente”, pontuou. Por último, mas não menos importante, o professor mencionou os benefícios para a saúde. Independentemente de sua coloração, as uvas são ricas em potássio e magnésio, trazem açúcares bons, ácidos e antioxidantes, além de deixarem aroma no ambiente – o que, segundo o professor, proporcionam sensação de bem-estar. E engana-se quem pensa que os benefícios estão ligados à coloração mais forte: apesar dos pigmentos diferentes, cada variedade tem sua contribuição. “A uva acompanha a humanidade em sua história, faz bem para o espírito e a saúde fisiológica”.

A UFPel é uma das entidades que presta assessoria aos produtores e tem nas suas propriedades um verdadeiro espaço didático para os estudantes. A Universidade, sempre em parceria com entidades como Emater, Embrapa e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, auxilia a agricultura familiar e a agroindústria de pequena escala. O envolvimento reflete-se em ações como orientação técnica sobre solos e mudas, manejo fitossanitário e a comercialização dos produtos.

Presente no evento, o vice-reitor Luís Amaral destacou a importância da parceria entre a Universidade e a comunidade. Esse laço representa, segundo ele, uma formação mais qualificada para os estudantes e ao mesmo tempo a contribuição necessária para que se desenvolvam melhores produtos.

Para a anfitriã da abertura da Colheita da Uva deste ano, Ângela Raffi, a Universidade é uma presença constante. “É muito bom termos apoio, uma ajuda a mais”, afirmou.

Na avaliação das integrantes da família Ribes, Ereni e Istela, a produção deste ano está rendendo. Aumenta a cada ano que passa, observam. A safra, que começa no final de janeiro, deve se estender, pelas condições climáticas, até metade de março. A família comercializa quase todo o conteúdo produzido nos mais de três hectares de parreira. A uva, em quatro variedades, é o carro-chefe da propriedade. “É um trabalho muito prazeroso, que a gente faz com muito gosto”, conta Istela, que também aprova o envolvimento da UFPel com todo o processo. “Eles [alunos e professores] dão apoio, vêm ver a poda, realizam pesquisas, nos dão suporte e tiram dúvidas que aparecem durante a produção. Sempre podemos procurar quando precisamos”, disse.

 

Publicado em 08/02/2017, nas categorias Destaque, Notícias.