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UFPel apresenta Sistema de Extensão Cooperativa

Na tarde da última sexta-feira (29), no Auditório da Reitoria do Campus Anglo, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) apresentou o Sistema de Extensão Cooperativa (SEC), proposta inovadora que busca aproximar as demandas do território da atuação acadêmica, fortalecendo a integração com instituições e comunidades da região.

O evento contou com a presença do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS). Em sua fala, ele destacou o papel da Universidade nas articulações regionais: “A UFPel participa dessa rede do Mercosul, junto com os institutos federais e outras universidades, construindo cooperação em áreas fundamentais para o desenvolvimento. Nosso compromisso é apoiar projetos que tragam benefícios concretos para a sociedade”, afirmou.

Já o pró-reitor de Extensão e Cultura, Fábio Lima, ressaltou o caráter transformador do SEC: “As demandas que vêm do território são filtradas e trabalhadas internamente na Universidade, para que possamos oferecer respostas eficientes e horizontais a problemas complexos. É uma proposta de ruptura, que coloca a extensão como motor de desenvolvimento socioeconômico sustentável”, explicou.

Um dos projetos apresentados no evento foi a “Rota do Marmelo: o Doce Sabor da História”, conduzido pela professora Chirle de Oliveira, do Departamento de Nutrição. A iniciativa tem como objetivo valorizar o marmelo como símbolo do patrimônio alimentar, cultural e ambiental da região de Pelotas e dos municípios vizinhos, além de articular comunidades quilombolas, agricultores familiares e doceiras locais. “O que pretendemos é resgatar a história dos nossos doces tradicionais, fortalecer a economia solidária e preservar a sócio-biodiversidade, incluindo frutas nativas como guabiroba, araçá e pitanga, que estão desaparecendo do nosso território”, destacou a professora.

Na sequência, o professor Adriano Simon, do Departamento de Geografia, apresentou o projeto “Geoparque Paisagem das Águas”, que envolve oito cursos de graduação e cerca de 30 estudantes extensionistas. A proposta busca popularizar o conhecimento científico sobre o estuário da Lagoa dos Patos e promover estratégias de preservação ambiental, educação e turismo sustentável. “O litoral gaúcho possui uma singularidade rara no mundo, com corpos lagunares que concentram a drenagem de grande parte do território do Rio Grande do Sul e até do Uruguai. Isso confere à região um valor científico, educativo e patrimonial que precisa ser reconhecido e preservado”, explicou.

O projeto abrange sete municípios – Pelotas, Rio Grande, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Turuçu, Arroio do Padre e Capão do Leão – e já firmou acordo de cooperação técnica com o Serviço Geológico do Brasil para levantamento da geodiversidade e fomento ao geoturismo. Segundo Simon, a meta é viabilizar uma futura candidatura à chancela da Unesco, o que daria ao território maior visibilidade internacional e atrairia investimentos e políticas públicas voltadas à preservação da água e à mitigação dos impactos das mudanças climáticas.