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Reflexão e luta: Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha evidencia as vozes e espaços de fortalecimento

A mulher negra é múltipla e plural. É única, mas também coletiva. E ancestral. Suas raízes e sua produção intelectual, o desafio da permanente busca por provar-se, o enfrentamento do somatório de machismo e racismo, a luta muitas vezes solitária. E a união que resulta num grande fortalecimento. Porque afinal, embora suas diferentes origens, saberes e características, estão interligadas por uma mesma história e pela vivência de situações similares.

No dia em que se celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho), a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) apresenta projetos que são verdadeiros espaços de fortalecimento. Propostas que, além de trabalhar com produções intelectuais, acervos e debates, são instâncias abertas para receber, acolher e fomentar potências entre as mulheres negras da Universidade (veja abaixo).

Atualmente, fazem parte da comunidade da UFPel 2.272 alunas negras matriculadas na graduação e 259 na pós-graduação, totalizando 2.531 estudantes. Os números vêm aumentando. Há dez anos, o total era de 977: 947 na graduação e 30 na pós-graduação, um crescimento de 132%.

A instituição conta com 136 servidoras pretas e pardas: 50 docentes e 86 técnico-administrativas, o que representa 10,9% da totalidade das servidoras. O aumento em cargos de liderança é expressivo: há cinco anos, a UFPel tinha apenas cinco mulheres pardas líderes. Hoje, são oito negras e dez pardas – um aumento de 260%.

O compromisso da UFPel com a temática foi materializado este ano, com a criação da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), que engloba as coordenações de Relações Étnico-Raciais, Diversidade e Gênero (Coordigen) e de Acessibilidade (Coace) e o Núcleo de Ações Afirmativas e Diversidade. É o único setor da UFPel onde todas as chefias são mulheres negras. De acordo com a pró-reitora, Cláudia Daiane Molet, apesar do aumento, ainda são poucas representações. “Temos relatos de mulheres que nos dizem ‘como é bom ver vocês juntas, é importante a gente se ver e ter umas às outras’. Isso impacta bastante a nossa Pró-Reitoria e a UFPel”, conta.

Dentre as ações de acolhimento, fortalecimento e troca, a UFPel já levou, às ministras dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, e Igualdade Racial, Anielle Franco, a proposta da criação de Bibliotecas de Epistemologia Negra, Indígena e Quilombola. Oportunizando o acesso a essas obras para que estudantes e servidores possam se construir como seres negros e indígenas políticos, a Biblioteca deverá ser instalada em três locais: Campus Anglo, Instituto de Ciências Humanas (ICH) e Campus Capão do Leão.

De acordo com a pró-reitora, a população negra sempre luta por cidadania e por existir, por provar que tem direitos. “Parece que estamos sempre vivendo o pós-abolição. Até quando?”, questiona, ponderando que a mulher negra, especialmente, está em um lugar mais frágil de luta. “São muitos os desafios, ainda que tenhamos avanços. A data faz pensar na complexidade de ser mulher negra, com múltiplas experiências e expectativas, nas suas riquezas plurais”, avalia.

 

Aqualtune Nibi

Uma princesa escravizada, avó paterna de Zumbi dos Palmares, guerreira que resiste ao imposto lugar de invisibilidade e silenciamento. Essa é Aqualtune, que dá nome ao grupo que trabalha com autoras negras, escrita e produção acadêmica. Soma-se a palavra iorubá “Nibi”, que significa “estou aqui”. Assim, “Aqualtune Nibi”, “Aqualtune entre nós”, inicia no Julho das Pretas de 2023. A coordenadora do projeto, Janaíze Neves, destaca: não há como se sentir pertencente na universidade se não se conhece o trabalho das intelectuais negras, que, para além de suas ideias e propostas, trazem situações pelas quais passaram. Vivências que, mesmo datando de até quase meio século, ainda são as mesmas que as negras universitárias vivem hoje em dia. “Precisamos reunir essas mulheres, dar pertencimento, entender que esse espaço também é nosso”, afirma.

Assim, as 28 mulheres negras do grupo – com formações que variam desde ensino fundamental até doutorado, de Pelotas e de fora –, encontram-se a cada 15 dias para discutir textos e produzir artigos. O material é apresentado em eventos acadêmicos e encorpa o Currículo Lattes, que muitas vezes é simples, pelo fato de que a mulher negra, atuante em várias frentes, não consegue dedicar tempo à escrita. “Começamos a mudar a perspectiva da produção acadêmica”, celebra a coordenadora. Afinal, não é comum pensar no espaço da mulher negra dentro da universidade, já que historicamente não se lê as intelectuais que trabalham com essa perspectiva e cuja produção disponível é essencialmente eurocentrada e patriarcal. “Quando a gente lê as nossas, entende o quanto a nossa história não foi contada. Quando conseguimos ver que elas tiveram as mesmas experiências que nós passamos, conseguimos entender que o problema não somos nós: é estrutural, é institucional. Precisamos de olhar crítico, posicionamento político, entendendo tudo que nos ‘atravessa’: ser mulher, ser negra, ser periférica”, pontua.

Segundo ela, essas leituras evidenciam o racismo estrutural e o quanto reflete em suas vidas e forja seus lugares. É notória a necessidade de reafirmação e ressignificação. “Nascemos e vamos morrer negras, criando estratégias para estar em um espaço que não nos aceita, tendo que nos justificar o tempo inteiro, mostrar que somos capazes e merecedoras. O aquilombamento intelectual é um lugar nosso, seguro, de onde saímos mais fortalecidas e donas de si, pertencentes e reconhecidas como pesquisadoras e profissionais”, sublinha. Mencionando a autora Conceição Evaristo, Janaíze salienta que as mulheres negras não querem mais ser objeto de pesquisa, mas sujeito que se descreve, em lugar de fala sobre sua pessoa e os seus. “Quando conto a minha história, conto a história de outras mulheres. Sempre tivemos vozes, mas essas vozes não ecoavam. Eram silenciadas, invalidadas. Queremos que essas vozes ecoem”.

Janaíze, que também lidera a Coordenação de Relações Étnico-Raciais, Diversidade e Gênero da UFPel, destaca que esse movimento impacta, inclusive, na evasão universitária. A instrumentalização a respeito da temática e tudo que a perpassa, a partir da epistemologia negra, proporciona uma visão do sistema que oportunizará a criação de estratégias para a permanência desse público na universidade.

O grupo deverá participar da Feira Literária Preta, em novembro, e organiza um livro com histórias motivadoras escritas por mulheres negras. A obra conta com autoras poetisas, rainhas do Carnaval, baronesa da Fenadoce, professoras, cientistas e veterinária, dentre outras. A ideia é ir a escolas da rede pública, apresentar o livro e falar sobre o ser corpo negro e estar onde quiser.

Para participar

As reuniões ocorrem virtualmente, às quartas-feiras à noite. O projeto abre vagas para novas participantes a cada início de semestre. Novidades podem ser acompanhadas no perfil Aqualtune Nibi no Instagram.

 

Sala das Pretas

“Não é terapia, mas é terapêutico”. A frase que se tornou uma brincadeira nas mídias sociais foi lembrada, entre sorrisos, pelas participantes da Sala das Pretas, iniciativa da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae). As integrantes, estudantes e servidoras da UFPel, formaram um uníssono para contar o que o espaço representa em suas vidas. Fundado em 2023, o projeto partiu de uma demanda identificada nas salas de apoio pedagógico da Prae. Relatos de situações vividas por mulheres negras tanto na universidade quanto na cidade foram recorrentes e motivaram a criação de um espaço dedicado a atender suas demandas e acolhê-las.

Abraçar as angústias, desejos e dúvidas, trazendo o cuidar como ponto norteador é a proposta do espaço. Além de se encontrarem para compartilhar suas vivências, as participantes têm na Sala um ambiente para estudar o trabalho das intelectuais negras, relacionando racismo, ancestralidade e todas as vivências universitárias. “O mais importante são esses momentos de troca. O acolhimento está até acima do estudo que estamos praticando”, avalia a pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFPel e organizadora da Sala, Josy Anacleto.

Inicialmente, o conteúdo debatido era uma proposta da organização da Sala – em formatos variados, como texto, música e vídeo. Agora, as próprias integrantes já pautam os encontros, que vão mudando de enfoque conforme o desejo.

Segundo a pró-reitora, além de ser um espaço de acesso a obras a que, em princípio, não teriam acesso, a Sala das Pretas também atua no fortalecimento da luta feminina contra o racismo. “O racismo muitas vezes é subjetivo. E tão violento para quem sofre que muitas vezes ela pode sentir vergonha de falar sobre isso, se ainda não é uma mulher empoderada. Muitas vezes é a mulher que está à frente de várias lutas. Costuma-se dizer que ‘tudo começa com uma mulher negra se indignando’”, pontua, lembrando que a criação da Proafe e do aumento das mulheres negras em cargos de liderança são avanços, mas que ainda existe muito a ser feito na Universidade – espaço historicamente embranquecido, racista, e que não acolhe mulheres e homens negros.

Para participar

A Sala das Pretas funciona na sala 118 do Campus II (Rua Almirante Barroso, 1.202), nas quartas-feiras, a partir das 17h30min.  As inscrições abrem a cada início de semestre e podem ser feitas por formulário, que é divulgado pela Prae. No entanto, é possível começar a participar dos encontros e fazer a inscrição posteriormente. A participação é livre e a regularidade vai de acordo com a possibilidade de cada pessoa. Apesar de ser um grupo de estudos, não há exigência de realização de trabalhos.

 

Museu Afro-Brasil-Sul

Espaço dedicado a reduzir a invisibilidade da população negra e valorizá-la, o Museu Afro-Brasil-Sul (MabSul) da UFPel possui, dentre seus variados acervos, vasto material dedicado à mulher negra.

Um dos raros museus voltados à cultura negra nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, busca oportunizar que a comunidade saiba da existência e história da negritude na região Sul – área comumente associada apenas a imigrantes alemães e italianos.

Virtual, o MabSul iniciou em 2020, pelas mídias sociais, fomentando um ambiente para que o público conhecesse o trabalho e acreditasse no potencial da iniciativa para tratar da cultura negra de forma respeitosa. Hoje, além do acervo virtual que pode ser acessado no site, trabalha com diversos produtos, como canal no YouTube, podcasts, palestras, imagens, documentos digitalizados, livros e artigos. Todo o conteúdo é disponível para uso, inclusive pelos educandários.

A coordenadora do Museu, professora Rosemar Lemos, lembra que Pelotas enriqueceu pelo trabalho escravo e, na sequência, a população negra firmou-se particularmente como faxineiras e professoras (as mulheres) e militares (os homens). Esse grupo batalhou para que seus filhos adentrassem às mais variadas profissões. “A maior herança que essas mães deixaram foi oportunizar que pudéssemos estudar”, analisou. Muitas não chegaram a ver as conquistas de seus descendentes, pois, explicou, envergadas pelas jornadas e acúmulo de funções, morriam jovens. Pela década de 1970, as mulheres negras começam a se organizar, conhecer seus direitos e se empoderar. Seus filhos as acompanhavam na participação em movimentos sociais. “Por volta de 2010, com políticas públicas, leis e cotas, a gente consegue ver determinada ascensão, mas ainda não é o que deveria”, pontua. Segundo a docente, 60% da população é negra, mas nem 5% de mulheres negras são líderes de grandes empresas, por exemplo. Agora, diz, é a geração jovem que vai levar a luta à frente. “O cooperativismo e a fé são o que nos move”, disse a professora, que salientou a união com pessoas não-negras como ponto importante para lutar por mais respeito.

“O Museu resgata e mostra ao mundo o que é ser mulher negra”, conta a estudante de Química Forense e colaboradora do MabSul, Raquel de Almeida Dias. A proposta é levar esse conhecimento em linguagem simples, com qualidade, com foco na construção de um mundo melhor.

Para Rosemar, existem mulheres que só serviram e foram humilhadas – e não conseguem saber o valor que têm. Por isso, o espaço busca mostrar essa importância, a história e o que as famílias negras viveram. Segundo ela, entender o que as mulheres negras fizeram e fazem traz uma nova visão e postura, para pessoas negras e não-negras. O MabSul busca contar a história para toda a comunidade de forma respeitosa. “No momento em que vejo tudo que foi feito e o que acontece depois, consigo erguer a cabeça. Se tu conheces a história, consegues te valorizar, te respeitar, honrar teu nome e aquelas que vieram antes de ti. A gente vê os olhos das jovens brilharem”.

Para participar

O Museu Afro-Brasil-Sul fica na sala 210 A do Campus Anglo (Rua Gomes Carneiro, 1). Pode ser acessado virtualmente pelo site e conteúdos são compartilhados no Instagram e outras plataformas. Também aceita a participação de pessoas que queiram contribuir, participando dos debates e enviando material para compor o acervo. Além disso, o Museu também é referência na disciplina de Arte e Cultura Afrobrasileira, oferecida aos cursos de licenciatura da UFPel.

 

Espaços de fortalecimento

A mulher negra muitas vezes enfrenta a solidão: luta sozinha suas batalhas. Mas, junto a outras, compartilha, recarrega as energias e entende que suas adversidades são as mesmas.

Apesar de somar atividades e atuar em inúmeras frentes, ela não quer ser chamada de “guerreira”: quer que seu cansaço seja levado em consideração e ser confortada. Por isso os espaços de acolhimento e conforto são tão importantes. Para Raquel Dias, estudante de Química Forense e participante da Sala das Pretas e do MabSul, a mulher negra quer visibilidade para mostrar sua importância e suas dores. “Se a mulher preta consegue algo, escuta ‘ah, ela consegue, ela é forte’. A gente não quer ser desconsiderada nos nossos sentimentos”, pontuou, lembrando que elas enfrentam o “peso dobrado”: machismo e racismo.

Para a coordenadora do grupo Aqualtune Nibi, a mulher negra, infelizmente, não está acostumada a ser cuidada. “A gente precisa de uma rede de afeto e proteção. Se não, não consegue ficar nesse espaço, ou pagamos um preço muito alto, que pode vir em forma de depressão ou ansiedade. Ela precisa saber que não está sozinha”, disse.

A solidão da mulher negra, lembra a coordenadora da Sala das Pretas, muitas vezes surge na primeira infância – apesar do lar amoroso, a criança enfrenta microagressões em ambientes como a escola. “É um universo de não-acolhimento. Precisamos ser vistas, cuidadas, ter saúde mental e não costumamos encontrar isso”, alerta.

Participante da Sala das Pretas, a estudante de Pedagogia Fernanda Dutra Silveira conta que, no projeto, acolhe e é acolhida ao mesmo tempo. “É onde me reabasteço”, diz. A colega Emily de Moura, do curso de Artes Visuais – Licenciatura, revela que sai melhor dos encontros. “Me sinto grande, potente”, destaca. Para Daniela Ferreira, do curso de Direito, a Sala é um espaço para se reconhecer, trocar vivências, histórias e força. “Lá fora, batalhamos sozinhas. Aqui, estamos entre mulheres negras, nos entendemos, não nos julgamos. Estamos juntas, nos empoderando e fortalecendo. Saio mais energizada para seguir em frente”.

Ao mesmo tempo, as estudantes contam que conseguem aplicar o que desenvolvem nos espaços onde circulam, como as escolas onde realizam estágios. Em um trabalho proposto no educandário onde atua, Milene Nascimento, estudante de História – Licenciatura, ouviu muito poucas respostas à pergunta “quais são as personalidades negras femininas que vocês conhecem?”.  “Por que é difícil pensar nesses nomes? Queremos questionar e trazer essas pessoas, que guerrearam para que outras tenham seu espaço, e que foram apagadas da história”.

O 25 de julho marca a comemoração de conquistas coletivas – a celebração da vida e da resistência. Dia de agradecer às que vieram antes, batalhar pela sua existência e das mais novas, pensando em um mundo mais comunitário, com equidade e valorização. “Como no Dia da Mulher, dizemos que ‘não queremos flores’, porque é um dia de luta. A gente levanta o punho e grita, faz ecoar nossa voz”, resume Janaíze.

Neste dia de conscientização, ecoa a palavra originária dos idiomas zulu e xhosa, do sul do continente africano: “ubuntu” – eu sou porque somos.

 

Programação

A UFPel uniu-se ao evento Julho das Pretas, realizado em parceria com a Prefeitura de Pelotas, cujas atividades vêm sendo realizadas ao longo do mês. Veja as próximas:

25/07

15h – Programa Mulheres Líderes: Mulheres Negras – Desafios, Resistências e Protagonismos (exclusivo para servidores e trabalhadores terceirizados da UFPel), com palestra da vice-prefeita de Pelotas, Daniela Brizolara, e mediação da pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidade da UFPel, Cláudia Daiane Molet

15h – Conferência Livre de Mulheres Negras para a 5ª Conferência Nacional das Mulheres, organizada pelo Grupo Impulsionador Rumo à Marcha Nacional das Mulheres Negras (GIM), no Clube Cultural Chove Não Molha

20h – Atividade Coletiva, no Clube Cultural Fica Ahí

26/07

11h – Marcha de Mulheres Negras da Região Sul, das 11h às 17h, organizada pelo GIM

18h – Bloco do Mapa/Live: Casa Preta Aberta – Elas Memória, Força e Resistência, no Centro Cultural Recreativo e Esportivo Bloco do Mapa (Rua Andrade Neves, 1.137 – Centro)

19h – 3º Encontro de Mulheres de Axé, na Secretaria Municipal de Cultura

27/07

13h30min – Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas (GAMP) na Praça – BGV, das 13h30min às 17h

30/07

17h – Roda de Conversa Sala das Pretas – Memória e Ancestralidade: Revisitando a obra “O Barco”, de Grada Kilomba, com mediação da pedagoga Josy Anacleto, no Campus II da UFPel (Rua Almirante Barroso, 1.202)

19h – Roda de Conversa Coletivo Hildete Bahia: Diversidade e Saúde – Mulheres Negras Universitárias: Entre Resistências, Saberes e Existência, no Auditório do Campus II da UFPel (Rua Almirante Barroso, 1.202)

31/07

18h – Roda de Conversa – Dia da Mulher Africana: Força e Resistência, com a mediação da pedagoga Célia Miranda, no Campus II da UFPel (Rua Almirante Barroso, 1.202)