Início do conteúdo

UFPel desenvolve sistema de gamificação para reduzir consumo de energia em prédios públicos

O modelo será testado no Bloco 2 do Centro de Artes

A eficiência energética em prédios públicos deve ganhar uma nova aliada que pode fazer toda a diferença nos gastos públicos com energia elétrica. Um novo projeto, concebido no âmbito do Programa de Bom Uso Energético da Universidade Federal de Pelotas (Proben/UFPel), pretende usar tecnologia, gamificação e inteligência artificial para promover a eficiência energética em edifícios públicos, com foco inicial em campi universitários.

A proposta é parte do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) e conta com apoio financeiro da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), em parceria com a UFPel, a SII Indústria e Tecnologia Ltda (SiiSmart) e a intervenção da Fundação Delfim Mendes Silveira.

O objetivo central é engajar os usuários — estudantes, professores e servidores — a adotarem comportamentos mais sustentáveis por meio de jogos interativos, metas e recompensas. O projeto parte da constatação de que o comportamento dos ocupantes tem impacto direto no consumo de energia, muitas vezes maior do que o próprio projeto arquitetônico e os sistemas instalados.

A estratégia consiste em aplicar técnicas de gamificação com suporte de sensores, aplicativos móveis e sistemas em nuvem, que medem e analisam o consumo em tempo real. A inteligência artificial será usada para entender o perfil dos usuários e estimular ações conscientes no uso de iluminação, climatização e outros recursos.

Dividido em quatro grandes etapas, o projeto inclui a organização das equipes técnicas envolvidas; o desenvolvimento e teste de um protótipo de gamificação em laboratório; a aplicação do sistema em um prédio universitário real, com monitoramento de consumo e engajamento; e a divulgação dos resultados, com produção de artigos científicos e workshops. O modelo será testado no Bloco 2 do Centro de Artes da UFPel.

O projeto conta com uma equipe multi e transdisciplinar de professores, servidores e alunos de graduação e pós-graduação do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PROGRAU) e Programa de Pós-Graduação em Computação (PPGC). A coordenação é do professor Antonio César Silveira Baptista da Silva, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAURb), em parceria o professor Anderson Priebe Ferrugem, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDTec) e com a SiiSmart.

Com duração prevista de dois anos, a iniciativa tem um orçamento de aproximadamente R$ 3,6 milhões, sendo 80% financiado pelo PROCEL e o restante vindo de contrapartidas das instituições participantes. A expectativa é que o modelo, se bem-sucedido, possa ser replicado em outras edificações públicas no Brasil.