Projeto realiza levantamento e promove ações ligadas à acessibilidade das Ruínas das Missões
Pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) realizaram mais um conjunto de atividades que busca a formação técnica e a sensibilização para a conservação dos Sítios Arqueológicos Missioneiros, no noroeste do estado. O grupo desenvolveu visitas exploratórias e levantamentos técnicos e fotográficos no contexto da acessibilidade nos quatro sítios históricos: São Miguel Arcanjo, São João Batista, São Lourenço Mártir e São Nicolau.
A equipe foi formada por professores, técnicos e estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUrb) e do Centro de Engenharias (CEng) da UFPel. Os dados foram registrados através de planilhas e irão consistir em laudos acerca das condições de acessibilidade espacial nesses contextos históricos.

Maquetes táteis desenvolvidas pela equipe da UFPel apresentadas em etapa acerca da Educação Patrimonial
A visita exploratória já aponta uma série de fragilidades no que tange à questão da acessibilidade espacial. De acordo com a professora Isabela Andrade, uma das integrantes da equipe, como resultado preliminar, pode-se indicar a necessidade de instalação de informações (de diferentes formas – visual, tátil e sonora, por exemplo) em pontos específicos de tomadas de decisões e de compreensão do espaço como um todo.
Além disso, foram realizadas oficinas de Educação Patrimonial em escolas da rede municipal de três cidades da região, bem como atividades com os Guias de Turismo de São Miguel das Missões e atividades com os funcionários do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo.
Também foi realizado o levantamento fotogramétrico – técnica que utiliza fotografias aéreas para criar mapas topográficos detalhados e representações tridimensionais de uma área geográfica – e diagnóstico da estrutura da Adega de São Miguel. O resultado será utilizado na intervenção de consolidação durante a etapa de formação de artífices (pedreiros e serventes), que ocorrerá em setembro. O grupo também realizou o levantamento fotogramétrico de uma casa construída com pedras retiradas das ruínas de São Nicolau, para elaboração de diagnóstico e projeto de restauração.
Ao longo da semana, o grupo que participou da missão esteve reunido com Instituições de Ensino Superior para traçar possibilidades de futuras parcerias com as IES que atuam na região das Missões. Participaram das discussões representantes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFAR) e Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI). Os encontros tiveram o intuito de aproximar as instituições do trabalho que vem sendo desenvolvido pela UFPel e prevendo a continuidade de ações no futuro envolvendo as demais IES. O encaminhamento foi a busca de recursos para o envolvimento de novas instituições nas etapas futuras.
Segundo Isabela, a imersão possibilitou o avanço nas atividades relacionadas à formação dos artífices locais e de registros e levantamentos. “Espera-se a continuidade das parcerias com a comunidade local e com os agentes envolvidos a fim de garantir a sustentabilidade do projeto. É necessária a ampliação do trabalho considerando todos os saberes envolvidos na região das Missões”, pontuou.
As próximas etapas do projeto estão centradas na formação e qualificação da mão de obra local voltada à conservação e manutenção dos quatro sítios missioneiros da região. Para isso, serão desenvolvidos produtos e ferramentas que contribuirão diretamente para o processo de ensino e aprendizagem nesse campo. Além disso, o projeto prevê o avanço das ações de acessibilidade nos sítios históricos, a continuidade das atividades de educação patrimonial e o fortalecimento das parcerias com as instituições de ensino da região.
Projeto
As ações têm origem no projeto “Saberes das Missões – Canteiro Modelo de Conservação”, mais uma frutífera parceria firmada pela UFPel com o IPHAN entre os anos de 2023 e 2024 sob a coordenação geral do professor Eduardo Grala (FAUrb/UFPel) e com a participação das professoras Adriane Borda Almeida da Silva (FAUrb/UFPel), Aline Montagna da Silveira (FAUrb/UFPel) e Isabela Fernandes Andrade (CEng/UFPel), da técnica-administrativa Cíntia Grupelli da Silva (FAUrb/UFPel), do pós-doutorando Darlan Marchi (FAUrb/UFPel) e de estudantes de graduação e de pós-graduação da FAUrb/UFPel.
Participaram desta missão as acadêmicas de Arquitetura e Urbanismo Iara Giroldo, Nátalin Pucinelli e Gabriela Parra, as estudantes de mestrado Helena Passos e Marcela da Rosa Dias, as doutorandas Franciele Fraga Pereira e Carolina Mesquita Duarte, o doutorando Edemar Xavier Júnior, os mestres Anderson Aires e Karine Braga, o pós-doutorando Darlan Marchi, a técnica Cíntia Grupelli da Silva e as professores Adriane Borda Almeida da Silva e Isabela Fernandes Andrade. Também compôs a equipe a arquiteta Maria Matilde Villegas, além dos representantes do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam/IPHAN/Brasília) engenheira Renata Fortes e historiadora Bibiana Rosa do Depam/Brasília, bem como o arquiteto Vladimir Stello, do Escritório Técnico do IPHAN em Laguna/SC, que compõe a equipe de coordenação.