II SIEPES: Educação para a Sustentabilidade reúne universidades em prol de um futuro sustentável
No cenário pós-pandêmico, as universidades públicas uniram-se para abordar as questões de sustentabilidade que se tornaram mais evidentes durante a crise global. O II Seminário Internacional de Extensão, Pesquisa e Educação para a Sustentabilidade (SIEPES), ocorrido entre os dias 16 e 18 de agosto, com o tema “Educação para a Sustentabilidade: Interfaces entre Ciência e Política”, congregou universidades e instituições comprometidas com a missão de promover um modo de vida sustentável.
Após uma reflexão sobre os impactos da pandemia em várias esferas da sociedade, desde a produção de energia até as relações interpessoais, a consciência sobre a necessidade de equilibrar recursos naturais e práticas humanas tornou-se ainda mais evidente. A Agenda 2030, com seus dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), destaca a importância de ações conjuntas entre governos, empresas, sociedade e academia para erradicar a pobreza e promover uma vida digna para todos.
Nesse contexto, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e um conjunto de instituições de ensino afiliadas à Rede Gaúcha de Instituições para Educação Sustentável (REGIES), têm se unido para promover estratégias e políticas que efetivamente realizem os ODS e a Agenda 2030.
A palestra de encerramento abordou o papel dos ODS na transformação dos sistemas alimentares. Com o título “O Papel Pivotal dos ODS para Reconfigurar os Sistemas Alimentares no Século 21”, a palestra contou com a contribuição de três palestrantes: o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sergio Schneider, a professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Samanta Madruga, e a deputada federal Maria do Rosário.
Para Sergio Schneider, o mundo enfrenta três problemas: as mudanças climáticas, a demografia e a transição energética. Se os países continuarem emitindo CO2, os impactos das mudanças climáticas serão aumentados. “Não existe nada mais eficiente para o desenvolvimento sustentável que os ODS. Precisamos de um sistema alimentar sustentável. Precisamos de uma retomada de valores humanos; solidariedade e cooperação são as respostas, e não o individualismo e a concorrência”, salientou.
Já Samanta Madruga explica que o direito à alimentação saudável para todas as pessoas está determinado em lei. “Temos direito a uma alimentação de qualidade, em quantidade suficiente e que não comprometa o acesso a outros direitos. É inadmissível que um país como o Brasil tenha uma taxa tão grande de insegurança alimentar. Nosso desafio global é erradicar a fome e a pobreza em todas as suas formas”, disse.
Em sua fala, a deputada Maria do Rosário destacou a necessidade de pensar em como queremos que ocorra o desenvolvimento. “Precisamos que o desenvolvimento seja sustentável. Os ODS não são uma opção; manter a floresta em pé não é uma opção, é um imperativo. Temos uma responsabilidade com as próximas gerações”, afirmou.