Centro de Simulação Realística do Hospital Escola completa um ano de funcionamento
Estudantes e profissionais podem vivenciar experiências reais do cotidiano hospitalar
O Hospital Escola (HE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), celebra o primeiro ano de funcionamento do Centro de Simulação Realística (CSR). O local é campo de prática para estudantes de vários cursos da área da Saúde e de programas de residência. Também é utilizado para capacitações de profissionais do HE. Nesse primeiro ano de atuação, o Centro realizou 46 visitas técnicas para conhecimento do ambiente, alcançando 223 pessoas. Entre cursos, aulas, oficinas e capacitações, foram desenvolvidas 109 atividades, totalizando 728 pessoas beneficiadas.
Para a superintendente do HE, Carolina Ziebell, o Centro é uma importante ferramenta para a formação de profissionais da saúde e para o Sistema Único de Saúde de Saúde (SUS) como um todo. “Neste primeiro ano de funcionamento, o Centro de Simulação Realística já recebeu 256 funcionários e 586 alunos que utilizaram esse espaço para aprimorarem conhecimentos por meio de desenvolvimento de habilidades técnicas de forma ética e segura. É motivo de muito orgulho participar de uma instituição que valoriza e incentiva esse tipo de ação”, ressaltou a gestora.
O CSR é um ambiente que tem como base o ensino ético, utilizando metodologias ativas que proporcionam a estudantes e profissionais a oportunidade de vivenciar situações do cotidiano hospitalar. Com espaços que reproduzem setores importantes do Hospital, como o Bloco Cirúrgico e a Unidade de Tratamento Intensivo Adulto, o CSR oferece estrutura organizada que permite a vivência em diversos cenários — para cerca de 30 aulas diferentes. Além disso, a equipe do Centro é habilidosa e já desenvolveu simuladores que podem ser adaptados às necessidades das e dos docentes. O Centro também conta com uma série de documentos e um sistema de agendamento on-line, visando garantir o funcionamento eficiente.
Esse tipo de metodologia permite que estudantes e profissionais estejam mais preparados para lidar com imprevistos e situações de risco, evitando acidentes e garantindo a segurança de todos os envolvidos na assistência. A chefe do Setor de Gestão do Ensino e coordenadora do CSR, Gabriela Couto, destacou que “ambientes como o Centro de Simulação formam profissionais muito mais seguros e preparados para as adversidades que possam surgir no dia a dia”.
O Centro tem como missão desenvolver habilidades para garantir a segurança das e dos pacientes. Por meio da simulação realística, integra conhecimento científico, humanístico e tecnológico, formando profissionais comprometidos com a qualidade assistencial e responsabilidade social. Como visão, busca estimular a excelência no desenvolvimento de competências na área da saúde e ser referência como Centro de Ensino e Treinamento em saúde e simulação. Os valores são ética, humanização e acolhimento.
Importância do uso de tecnologias no ensino da Saúde
A médica intensivista e docente da UFPel, Marina Bainy, é uma usuária ativa do Centro de Simulação Realística do HE. Em entrevista, ela ressaltou que a utilização de simuladores e plataformas virtuais é indispensável para instigar a curiosidade e o interesse de estudantes em experimentar, de maneira simulada ou virtual, os contextos clínicos antes de entrar em contato com o paciente real. Isso minimiza a ansiedade e a insegurança, além de potencializar todas as suas fortalezas até então consolidadas. A professora também destacou que o uso dessas tecnologias amplia a proteção dos pacientes que serão atendidos por estudantes dos hospitais universitários, já que os alunos experimentam, previamente, a possibilidade do uso de plataformas virtuais e simuladores em modelos.
Com dez anos de experiência como docente, Marina também falou sobre a diferença entre seu tempo de estudante de graduação e os dias atuais. Para ela, as novas tecnologias têm revolucionado o ensino da Saúde, tornando-o mais dinâmico e eficiente: “Há 20 anos, a sala de aula era um ambiente onde os docentes realizavam a exposição de conteúdos e de seus conhecimentos e o centro deste cenário era o docente. Atualmente, o ensino de qualidade visa manter o estudante como protagonista do processo de ensino e aprendizagem e este deve ter uma participação ativa e participativa para que ocorra uma aprendizagem significativa de fato, contribuindo como base do desenvolvimento de habilidades e raciocínio clínico”.
A docente relatou que o corpo discente de hoje é mais diverso e inclusivo, o que permite ao professor viver uma experiência muito mais rica e complexa dentro da sala de aula. Essa diversidade exige que o docente seja um profissional atualizado, criativo, inovador, confortável com o incremento de tecnologias e sempre receptivo às diferentes formas de pensar e vivenciar o conhecimento proposto. Segundo ela, “devemos ser um fio condutor deste processo, mantendo o foco sempre das nuances a necessidades coletivas e individuais no ambiente de ensino e aprendizagem”.
Sobre o CSR do Hospital Escola, Marina destacou que tem sido um importante recurso para o desenvolvimento de atividades simuladas, pois é possível simular suporte básico e avançado de vida, abordagem da via aérea, ventilação mecânica invasiva, demonstração do ambiente do cuidado do paciente crítico, entre outros. “Os alunos apresentam grande interesse por estas atividades e é perceptível o impactante desenvolvimento de habilidades apresentado pelos estudantes após a exposição ao cenário prático simulado”, explicou.