Desafio Pré-Universitário promove acolhida para novos estudantes
Os 45 novos estudantes do Desafio Pré-Universitário Popular, projeto da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), foram recebidos com acolhida na tarde ensolarada desta segunda-feira (30). No deck do Campus Anglo, às margens do Canal São Gonçalo, o grupo foi recepcionado com coffee-break e programação cultural, com boas-vindas e integração.
O Desafio é um curso preparatório para processos seletivos para instituições de ensino superior públicas, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Programa de Avaliação da Vida Escolar (Pave). É totalmente gratuito e voltado para alunos de baixa renda.
A coordenadora geral do Desafio, Catia Fernandes de Carvalho, conta que a proposta era receber os estudantes – jovens de periferia, filhos e filhas e trabalhadores e pessoas em situação de vulnerabilidade social – de maneira acolhedora e construir sentido de pertencimento à nova sede do pré-universitário. Agora, as aulas e atividades presenciais são realizadas na sala 445 do Campus Anglo.
Segundo ela, a nova estrutura busca oferecer formação de qualidade e espaço de empoderamento, percepção do sujeito de direitos e cidadania, para que cada um se potencialize e se coloque no mundo em poder de ação. “O Desafio é um território de resistência, que recebe pessoas que buscam um espaço de formação para ingressar em uma universidade pública, gratuita e de qualidade”, salienta. De acordo com a coordenadora, para além das 13 áreas do conhecimento abordadas nos conteúdos, o projeto também se compromete com a formação cidadã.
Na programação cultural do encontro, estiveram DJ Tom, Davi Batuka, DJ Luan e Mano Rick. Todos os artistas participaram de forma solidária.
Para Catia, o momento foi de aproximar os novos estudantes, para que percebam que a Universidade é um espaço de todos e que a comunidade se sinta bem em ocupar esse local. “A ideia do Desafio é desfazer barreiras”, afirma.
Para Márcia de Lima Salum Matias, 42, o Desafio será uma oportunidade para rever e atualizar os conteúdos do Ensino Médio, que concluiu há 25 anos, em busca de uma vaga no curso de Fisioterapia. “Espero que ajude bastante para que eu passe na UFPel. É preciso força de vontade”, conta ela, que vem do Balneário dos Prazeres para ter aula no Anglo.
As primas Nathaly Fernandes e Raíssa Furtado Nunes, ambas de 18 anos, estão cursando o terceiro ano do Ensino Médio e começam o Desafio para reforçar os estudos em busca do sonho da graduação. Nathaly almeja uma vaga para Psicologia e Raíssa foca em Medicina ou Enfermagem. “Esperamos que seja um bom preparatório. Estou muito esperançosa”, conta Nathaly. “Vai ajudar demais. Estudar apenas no colégio não basta. Ter algo me desafiando todos os dias é muito bom”, diz Raíssa.
Aulas remotas são abertas ao público
Além das aulas presenciais, realizadas à tarde no Campus Anglo para os 45 estudantes selecionados, o Desafio oferece também um módulo remoto à noite, aberto para qualquer pessoa, sem limite de vagas. O link para acesso está disponível nas redes sociais do Desafio no Instagram, Facebook e Twitter. As aulas dos anos anteriores gravadas podem ser acessadas no Canal do Desafio no YouTube.
O Desafio
O objetivo principal do pré-universitário é proporcionar a uma parcela da classe menos favorecida o acesso à Universidade Pública. Aulas, simulados, monitoria, orientação profissional e aulões especiais compõem o programa do curso. Com o objetivo de contribuir para a inserção de estudantes que não possuem condições de se manter em uma universidade privada e resgatar a autonomia desses sujeitos, o Desafio Pré-Universitário foi criado em 1993. Projeto de Extensão da UFPel, o Desafio beneficia cerca de 300 pré-universitários, anualmente. As aulas são ministradas por estudantes universitários voluntários nos turnos vespertino e noturno (módulos presenciais e remotos). Atualmente, cerca de 70 colaboradores estão envolvidos com a proposta, entre educadores e monitores. “São estrategistas nessa demanda social que o Desafio abraça para si, pessoas que acreditam, têm esperança e vêem a educação como um instrumento de poder para transformar a sociedade”, destaca a coordenadora.