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Preservação de espécies é alvo de campanha da UFPel e da Ecosul

Quem trafegar pelas rodovias BR-116 e BR-392, na região de Pelotas (RS), poderá conferir o trabalho de uma ação de extensão do Grupo de Estudos de Animais Selvagens da Universidade Federal de Pelotas (GEAS/UFPel): a partir de uma parceria com a Empresa Concessionária de Rodovias do Sul (Ecosul), foram implantadas placas informativas sobre a fauna habitante das proximidades das estradas.

Envolvendo acadêmicos do curso de Medicina Veterinária, o projeto também contou com a participação de fotógrafos de diversas regiões do Brasil, que fizeram os registros dos espécimes que compõem a campanha.

Os animais que estampam as placas foram escolhidos a partir de um relatório de acompanhamento ambiental encomendado pela Ecosul, que aponta as espécies mais ameaçadas, mas também aquelas que geram mais riscos para os transeuntes em caso de acidente. O documento estima que mais de 500 animais são mortos diariamente em estradas do Rio Grande do Sul e que mais de 185 mil sofrem atropelamentos. Algumas espécies escolhidas foram o gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi), o gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi) e o gato-palheiro (Leopardus munoai)

As placas trazem imagens dos animais, juntamente com frase “Atenção! Reduza a velocidade. Este animal vive aqui”, seguidos pelos nomes popular e científico da espécie. Ao todo, serão implantadas 10 placas com dimensões de quatro por dois metros. A ideia do grupo é auxiliar na preservação da fauna gaúcha, reduzindo atropelamentos de animais no trecho ao conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental.

A coordenadora do grupo, professora Raqueli França, diz acreditar que ações como esta devem fazer parte do ensino em todos os seus níveis: “As universidades públicas através de suas atribuições de ensino, pesquisa, extensão e inovação tem papel fundamental na construção da responsabilidade ambiental da população, por contribuírem com a formação da cidadania ecológica de inúmeros profissionais”. Raqueli ainda afirma que parcerias com empresas, como a feita nesse projeto, são ferramentas que solucionam problemas da sociedade a partir da comunhão de propósitos. Para o estudantes Gabriel Zani, do curso de Veterinária, integrante do GEAS, ações como essa estimulam a discussão, na universidade e fora dela, de buscar a mitigação dos danos causados pelo transporte rodoviário à fauna local.

Planos futuros preveem a instalação de placas informativas semelhantes no Campus Anglo. Em 2019, o grupo já havia implantado materiais apresentando a fauna local dentro do Campus Capão do Leão.