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Comitê Covid-19 emite nota técnica sobre o cenário da Covid-19 em Pelotas

O Comitê Interno para Acompanhamento da Evolução da Pandemia da Covid-19 (Comitê UFPel Covid-19) lançou Nota Técnica com informações sobre o cenário da Covid-19 em Pelotas.

Confira:

Nota técnica

Cenário Covid-19 em Pelotas

Pelotas, 17 de junho de 2021

O Comitê UFPel Covid-19, vem por meio de nota técnica apresentar o cenário atual da epidemia de Covid-19 em Pelotas e chamar atenção para a estabilidade nos altos números de casos, óbitos e internações no município.

Em menos de uma semana o município teve 2 dias com cerca de 350 casos novos de covid-19. Em 15 de junho, Pelotas atingiu média móvel (7 dias) de 214 casos novos, a mais alta desde 12/03/2021 e está se encaminhando para superar o pico ocorrido em 10/03/2021 quando a média móvel (7 dias) foi de 239 casos novos. Os óbitos se mantêm, desde 14 de abril, com pequenas variações, em elevada média móvel de 4 óbitos por dia. O município apresenta taxa de 262 óbitos por 100.000 habitantes durante a pandemia, estando, assim como o estado do RS, com taxas superiores à nacional – 232 óbitos por 100.000 habitantes.

Gráfico 1 – Número de casos notificados de Covid-19 e média móvel de 7 dias para Pelotas.

Nos grupos prioritários do município, que apresentam maior risco de agravamento da covid-19, 63% receberam a primeira dose de vacina e 29% receberam a 2ª dose. Apesar disso, o alto número de casos está novamente pressionando os serviços de saúde. Desde 10/03/21 as UTI estão operando em sua capacidade máxima (aproximadamente, 60 leitos), mas no dia 15/06, Pelotas registrou 65 pessoas internadas em leito de UTI e 10 pessoas aguardando leito. O número de pessoas internadas em enfermaria, que esteve em torno de 80 no período entre 25/04 e 24/05/21, e já significava uma ocupação maior do que em qualquer momento do ano passado, saltou para cerca de 100 a partir de 26/05, alcançando, em 15/06, 119 leitos de enfermaria ocupados e configurando o pior cenário desde 30/03.

Gráfico 2 – Leitos de enfermaria e UTI ocupados por pacientes Covid-19 em Pelotas.

Os dados indicam que a epidemia está descontrolada no município. O quantitativo de casos existentes é muito superior à capacidade da vigilância epidemiológica de realizar rastreamento, testagem, isolamento e monitoramento de casos e contatos. As medidas de distanciamento físico têm se mostrado insuficientes, não somente para reduzir casos, óbitos e internações, mas também para evitar o recrudescimento da epidemia no município e o Decreto 6418, publicado dia 15 de junho, não aumenta restrições de forma a modificar este cenário. O descontrole da epidemia favorece o surgimento de novas variantes que, no limite, podem comprometer toda a estratégia de enfrentamento.

Não é possível normalizar o quantitativo de óbitos por covid-19, não é possível esperar 3 meses para alcançar uma cobertura vacinal que tenha impacto na redução de casos e óbitos, é preciso agir imediatamente para reduzir a transmissão no município.

Com apenas 15% da população vacinada com duas doses, é preciso reforçar as medidas que são capazes de conter a propagação do vírus. Por isso, voltamos a destacar a necessidade de ampliação das medidas restritivas e a necessidade de um lockdown por um período de 14 dias, ou até que o número de casos novos seja reduzido a um quantitativo manejável pela vigilância epidemiológica.

Por fim, reiteramos para a comunidade pelotense que a situação da epidemia de covid-19 no município é muito grave. Segundo o Centro de Controle de Doenças dos EUA, acima de 100 casos novos por semana a cada 100.000 habitantes configura situação de alta transmissão. O município teve na última semana epidemiológica (semana epidemiológica 23) 370 casos novos na semana por 100.000 habitantes. Assim, é necessária massiva adesão da população às medidas de enfrentamento evitando aglomerações e usando de máscara.  Considerando a alta transmissão no município, estas medidas são indicadas para todos, independentemente de estar vacinado seja com a 1ª ou com a 2ª dose, ou de já ter tido a doença.

Confira em: Nota-técnica_17.06.21