Revista Pixo terá temática Ao Sul do Sul, artes, arquitetura e cidades de uma outra centralidade
A PIXO – revista de arquitetura, cidade e contemporaneidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPel, apresenta para a sua 21a edição a temática “AO SUL DO SUL: artes, arquitetura e cidades de uma outra centralidade”. Nesta edição, a ideia é reunir múltiplos olhares e discussões que reverberam as potencialidades de ser e estar ao Sul da América do Sul. Interessam artigos, ensaios, entrevistas, resenhas e paredes brancas (imagens, audio-visuais, ilustrações, poesias, etc.) que pronunciem um território interseccionado pela tropicalidade e frialidade, uma experiência possível na estética do frio, como proposto por Vitor Ramil na conferência de Genebra (2004).
“Estamos em um outro centro”, propõe o compositor, “no centro de nossa própria história, e a partir desse lugar, a partir de Pelotas e região, na zona fronteiriça bem próxima ao Uruguai e à Argentina que incitamos esse outro sul, más abajo. No sul desde o interior ao encontro de outros suls, nessa zona cultural e experiencial carregada de subjetividade, queremos evidenciar as múltiplas gírias, costumes e territorialidades compostas por culturalidades ameríndias, africanas, europeias e asiáticas em constante formação”, frisam os editores.
Por meio de diferentes manifestações artísticas, urbanísticas e arquitetônicas, dizem, “queremos re-situar nosso norte, talvez em direção al nuestro sur. Cual sur es nuestro Sur? Como as relações de pertencimento podem ser reveladas por quem vive ou olha para o sulista? E como a revelação pode nos possibilitar um outro modo de vivenciar o sul a partir do sul? No expandir das fronteiras, nas migrações e imigrações que deixam veias abertas, rastros de sangue e suor, mas também possibilidades de cura e resistência, qual Sulamérica pronunciamos? Quais questões da exploração, libertação, subjetivação se estabeleceram e se estabelecem ao sul do sul? Afastando-nos da ideia de cidade ideal Latino-americana, refutada por Adrián Gorelik, queremos congregar e re-aprender os modos de fazer, conhecer, pensar, criar e viver que são intrínsecos a grandes cidades ou comunidades menos capitalizadas. Territórios maiores ou menores que também conformam essa ampla fronteira ao Sul do Sul, e que ainda preservam procedimentos adaptados e provocados por uma cultura que parece ser mais lenta. E como a interiorização dá a ver a lentidão ou o oposto dela”.
Afirmam que no habitar intermitente entre o calor e o frio, a montanha, a planície e a cordilheira; em um território condicionado pelo clima, pela vegetação e pela topografia, palco de um emaranhado de disputas e acontecimentos, que outras Sul-Américas são possíveis? As possibilidades esboçadas por essa temática são amplas e transversais e podem ser discutidas em concordância de vários campos, tempos, sujeitos e formas. “Como um gesto Decolonial e Descolonial e com o intuito de ampliar e colocar em diálogo nosso referencial científico, filosófico e artístico que queremos olhar para as artes, arquiteturas, e cidades do Sul do Sul”, sublinham.
Explorando as diversas compreensões, correlações, transformações, capturas e intervenções que constituem este território em constante ressignificação na tentativa de acessar as epistemologias do sul, aquelas que nos falam, nos dizem e nos dão a ver o que somos e constituímos juntos e aqui essa outra centralidade, consideram os organizadores da revista.
A submissão de trabalhos, necessariamente inéditos, deverá ser feita pelo sistema https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/pixo/index, cadastrando-se como “autor”, entre os dias 6 de maio de 2021 e 30 de dezembro de 2021. A edição temática “AO SUL DO SUL” é dirigida pelas professoras Duda Gonçalves e Helene Gomes Sacco, e pela arquiteta e urbanista Taís Beltrame dos Santos.