Aluna e atleta da UFPel é destaque no taekwondo
Num ano em que a pandemia deixou muita gente longe das atividades físicas, a estudante de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Liciê Rodrigues, 21 anos, juntou sua disciplina e dedicação e teve uma verdadeira evolução como atleta de taekwondo. Foi em 2020 que pôde desenvolver ainda mais as habilidades que já tinha como atleta do esporte, que praticava em sua cidade natal, Jaguarão, participando virtualmente ao projeto de extensão “Quem Luta Não Briga”, do qual é atleta desde 2018. Após essa integração, a jovem conquistou o Campeonato Brasileiro Feminino (faixa vermelha) Poomse – formato de competição caracterizado por lutas contra adversários imaginários. Ou seja, que podem ser feitas de forma on-line. Também neste ano, Liciê venceu o Campeonato Aberto Summer Taekwondo Championship, competição internacional da modalidade.
Liciê tomou conhecimento do projeto “Quem Luta Não Briga”, que existe há dez anos, pelas redes sociais. Viu na iniciativa a oportunidade de retomar seus treinos. Gratuito e aberto à comunidade, o projeto recebeu a jovem, que aliando empenho e organização às aulas virtuais, têm conquistado seu espaço como atleta. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura de Pelotas, Escola Superior de Educação Física (Esef/UFPel) e Instituto de Menores Dom Antônio Zattera.
De acordo com o coordenador do projeto, professor Fabrício Boscolo, Liciê é disciplinada e tem avançado nas competições poomse lançadas pelas federações com o intuito de que os campeonatos prossigam de forma on-line, envolvendo o público do taekwondo. Para ele, os treinos on-line beneficiam tanto a aptidão física quanto a saúde mental. “Ela está indo muito bem como atleta treinando a distância e é prova viva de que a gente consegue se manter fisicamente ativo treinando em casa”, avalia.
Atualmente, o “Quem Luta Não Briga” realiza treinos totalmente on-line, via Zoom ou Google Meet. Interessados em participar podem entrar em contato pelo Facebook.
Conforme explica o coordenador, a proposta do projeto é democratizar a prática do taekwondo em Pelotas e região, que muitas vezes é rara ou cara. Com o projeto, pessoas de diferentes faixas etárias e níveis socioeconômicos podem se aproximar do esporte – que muitas vezes muda suas vidas. Segundo Boscolo, o trabalho costuma ter muita participação de pessoas em situação de vulnerabilidade social, que encontram no projeto uma oportunidade de atividade física aliada a envolvimento social. E a partir disso, muitos resultados positivos se somam – desde a conquista de campeonatos até o conhecimento a respeito da possibilidade de fazer um curso superior. “A partir do projeto muitos jovens descobriram a universidade e também já tivemos campeão e campeãs brasileiros e sul-americanos. Conseguimos mudar a realidade social das pessoas a partir do esporte”, celebra.
Antes da pandemia, o projeto chegou a somar mais de 200 praticantes simultaneamente, em diferentes núcleos espalhados pela cidade. Hoje, com os treinos totalmente virtuais e a instabilidade provocada pela pandemia, contabiliza de 50 a 60 integrantes.
O projeto “Quem Luta Não Briga” tem a participação de alunos e professores dos cursos de Educação Física, Nutrição e Fisioterapia e tem também a coordenação do professor Rossano Diniz.