Professora da Enfermagem recebe prêmio da Associação Internacional para o Estudo da Dor
A professora da Faculdade de Enfermagem da UFPel Ana Cláudia Vieira foi premiada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor, por sua atuação no projeto Seja Doce com os Bebês, que propõe uma série de medidas para aliviar a dor em recém nascidos em situações como vacinações e retirada de sangue para exames, entre outras. Ela foi indicado pelas professoras Denise Harrison, Mariana Bueno e Denise Gastaldo, concorrendo com outros pesquisadores de países em desenvolvimento.
“É um prêmio muito relevante, pois faço o trabalho sem financiamento, apenas com o apoio de alunas e de colegas das Unidades Básicas de Saúde”, comemorou a docente da UFPel. Ana Cláudia ganhará cinco mil dólares para participar do Congresso Mundial da Associação, em agosto de 2020, na Holanda, e dois anos de associação gratuita na entidade.
Projeto
O projeto Seja Doce com os Bebês é uma pesquisa internacional, que conta com a participação de cientistas brasileiros, que sugere três medidas simples e praticamente sem custo que ajudam a reduzir a dor em recém- nascidos durante situações comuns, como vacinações e coleta de sangue para exames. As ações são o aleitamento materno, o contato pele a pele e o uso de soluções adocicadas. A dor, especialmente em prematuros, pode causar efeitos indesejáveis no futuro.
A professora Ana Claudia participou do trabalho, inicialmente, através de um estágio pós-doutoral na Universidade de Ottawa, no Canadá, em 2016. O projeto de pesquisa é coordenado pela professora Denise Harrison.
Trata-se de um projeto que vem sendo desenvolvido desde 2013, com a colaboração do grupo de pesquisa da professora Mariana Bueno, da USP. “É uma abordagem desenvolvida por pesquisadores canadenses que considera a necessidade de levar para a prática clínica, tanto no nível hospitalar como da atenção primária, as melhores condutas. Enfim, fazer com que a sociedade, pesquisadores, clínicos, pacientes, gestores e elaboradores de políticas públicas sejam beneficiados pelos resultados dos estudos, considerados de alta qualidade”, observou a professora da UFPel.
Nesse sentido, as pesquisas foram reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como alinhadas com as recomendações para se reduzir a dor durante as imunizações de recém-nascidos e em outros procedimentos potencialmente dolorosos, como coleta de sangue para exames.
“Tem-se também a evidência dos efeitos maléficos da dor não tratada sobre o cérebro ainda em crescimento dos bebês, principalmente dos prematuros, a médio e longo prazos, com repercussões negativas sobre o comportamento e cognição dessas crianças”, alertou a pesquisadora da UFPel.