UFPel cresce no ranking de transferência de tecnologia do THE 2020
Os dados do ranking de melhores universidades da revista britânica Times Higher Education (THE), uma das mais importantes em avaliação do ensino superior do mundo, divulgados nesta quarta-feira, 11, demonstram que o Brasil superou Itália e Espanha e subiu da 9ª para a 7ª posição entre os países com mais representantes no ranking. Os dados deste levantamento incluem 1396 universidades de 92 países. Dentre os quesitos avaliados estão ensino, pesquisa, citações, internacionalização e transferência de tecnologia (industry income).
Neste último item, a UFPel praticamente não figurava. De zero a 100 pontos pontuava apenas 1.1 no ranking de 2018 referente aos dados do ano de 2017. No ranking de 2019 a UFPel saltou para 34 pontos e agora em 2020 aumentou para 34.4.
Esses dados referem-se à capacidade de uma universidade de ajudar a indústria com inovações, invenções e consultoria, o que se tornou uma missão central da academia global contemporânea – aliada ao ensino, pesquisa e extensão.
Esse escore busca mensurar a atividade de transferência de conhecimento, observando quanto de receita de pesquisa uma instituição obtém da indústria, comparada com o número de funcionários acadêmicos que emprega. Na UFPel, esse crescimento está relacionado com as patentes e os licenciamentos em biotecnologia, agrárias e saúde. O faturamento das empresas incubadas pela instituição contribui, ainda, para esse escore.
Essa pontuação sugere até que ponto as empresas estão dispostas a pagar por pesquisas e a capacidade de uma universidade de atrair financiamento no mercado comercial – indicadores úteis da qualidade institucional.
Em comparação com outras instituições do Brasil e do exterior, a UFPel está aproximando-se das principais instituições do mundo.
Embora na metodologia usada pelo ranking THE a transferência de tecnologia represente apenas 2.5% do total da pontuação, a UFPel apresenta pontuação significativa em outros quesitos, o que leva a universidade a ser a 9ª melhor do Brasil.
“Em 2019 a UFPel completa 50 anos de existência. As principais universidades brasileiras ainda não completaram um século de existência. Embora o desenvolvimento tecnológico e a inovação tenham se disseminado apenas nos últimos anos na UFPel – principalmente após a Lei de Inovação de 2004 – podemos perceber que a instituição tem buscado cada vez mais a relação com a sociedade, o que é demonstrado por estes dados, uma vez que o escore de transferência de tecnologia está bem próximo daquele de universidades como USP e UFRGS, as quais têm tradição estabelecida nesta área”, considera o coordenador de Inovação Tecnológica da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFPel, Vinícius Campos.
Ele lembra que, recentemente, o Ministério da Educação (MEC) propôs o programa Future-se para as IFES. “De acordo com o MEC, o programa se alicerça numa proposta de induzir as IFES a incrementarem radicalmente a sua capacidade de interação com a indústria e setor produtivo, e o financiamento em parte por este setor da sociedade. Fora todas as falhas e armadilhas do programa, a ideia central da proposta parte do pressuposto que as universidades federais não possuem interação com o setor produtivo. De acordo com estes dados podemos observar que a premissa do programa Future-se está errada. As universidades públicas brasileira já interagem com o setor produtivo. Em alguns casos, em níveis similares às principais universidades do mundo como Harvard (Figura 2), demonstrando desconhecimento do atual governo federal”, sublinha.
Para o coordenador, estes resultados do THE não demonstram apenas o crescimento da UFPel na sua interação com o setor produtivo nacional nos últimos 2 anos. “Demonstram, claramente e com dados, que a universidade pública brasileira respeita a comunidade na qual está inserida e trabalha para melhorias desta em todos os seus aspectos”, sentencia.