Pesquisadores pelotenses promovem o SarcDay no Hospital Escola
Na semana em que se celebrou o Dia do Idoso, o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE UFPel) participou da primeira edição do SarcDay. No dia 4 de outubro, foram atendidos nove pacientes para se investigar o risco de Sarcopenia, uma das principais síndromes geriátricas e acomete cerca de um quarto dos idosos. Esse acompanhamento foi realizado pela equipe da Unidade de Nutrição do HE e por estudantes da faculdade de Nutrição da UFPel.
O projeto foi idealizado pelo chefe do setor da Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica do HE, Tiago Gonzalez, pela nutricionista diretora da Faculdade de Nutrição da UFPel, Silvana Paiva Orlandi, e pela professora do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Cristina Gonzalez.
Segundo o pesquisador Thiago Gonzalez, a Sarcopenia é definida como a perda de massa muscular, associada à perda de força muscular e/ou perda de performance muscular, causando dificuldade nos idosos para realizar atividades gerais. “Sabemos que à medida que o indivíduo envelhece, naturalmente vai perdendo força muscular, bem como a quantidade de músculo, e isso é natural. Algumas pessoas têm uma perda maior do que a fisiológica, e nesses casos percebemos a presença da síndrome”, comentou.
De acordo com Gonzalez, nem sempre a síndrome está associada a doenças. A Sarcopenia pode ser classificada em dois tipos: a primária, relacionada ao envelhecimento, e a secundária, relacionada a doenças, pacientes acamados ou doenças de consumo.
De acordo com a nutricionista Silvana Orlandi, percebe-se, no ambiente hospitalar, um aumento no número de casos, pois a internação alia duas situações: a imobilização no leito e a baixa ingestão proteica. Com base nisso, foi desenvolvida uma pesquisa visando conscientizar as equipes acerca da importância e magnitude desse problema. “Quanto mais cedo for detectado o risco da síndrome e quanto mais cedo for feita uma intervenção adequada nos idosos, melhor vai ser o prognóstico e a qualidade de vida do paciente”, afirmou a pesquisadora.
A pesquisa está sendo realizada através de um estudo multicêntrico no Brasil e aborda a prevalência de risco de Sarcopenia em idosos internados. Atualmente, ela está sendo realizada em 28 hospitais de nove estados brasileiros, com o objetivo de observar a quantidade de idosos sarcopênicos nas últimas 72h de internação. “Essa foi a primeira edição do evento no país. É uma espécie de auditoria que deve acontecer uma vez ao ano, com o objetivo de acompanhar o cuidado com os pacientes nas instituições”, afirmou Silvana.
Na ocasião, foi aplicado um questionário de rastreamento de risco de Sarcopenia, o escore SARC-F + CC. Nele estão contidas perguntas sobre as dificuldades que o idoso tem de carregar ou levantar peso, se precisa de ajuda para caminhar, se levanta da cadeira sozinho, se consegue subir escada e se já sofreu alguma queda. Além dessas questões também foi avaliada a circunferência da panturrilha. Através disso, será possível observar se o paciente idoso já apresenta alguma perda de foça ou performance física.