Mostra Cultural do CEC apresenta ações de arte junto à comunidade
Os projetos e programas de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) já fazem parte do cotidiano da sociedade. Na Mostra Cultural do Congresso de Extensão e Cultura (CEC), parte integrante da 2ª Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE), eles estão ficando mais próximos da comunidade acadêmica. Música, teatro, dança e artesanato estarão sendo apresentados durante a semana, na Bibliotheca Pública Pelotense, no Centro de Artes e no Campus Anglo. Esta é a primeira vez que uma mostra reúne as produções extensionistas do segmento artístico.
Conforme o coordenador da Mostra, Carlos Alberto de Oliveira, a intenção do espaço é que a UFPel tenha um momento para “se mostrar” enquanto realizadora de projetos e trabalhos que estão difundidos na sociedade, mas muitas vezes não são de conhecimento da própria comunidade acadêmica.
Presentes na abertura, a vice-reitora Denise Gigante e o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Luciano Agostini, ressaltaram o trabalho das equipes de organização e dos artistas. O ineditismo da Mostra Cultural da SIEPE foi ressaltada pelos gestores, assim como a importância da produção do conhecimento para benefício social e tolerância – como preconiza o tema principal da SIEPE neste ano: “Conhecimento, Sociedade e Diversidade”. “Nessa semana, a UFPel se reúne, se discute, se encontra com a sociedade”, pontuou Agostini. “O papel da Universidade é trabalhar de forma integrada ensino, pesquisa e extensão, servindo à sociedade”, destacou a vice-reitora.
Arte que salva e arte que envolve
“A arte me salvou”. Desse modo direto e sincero, o estudante de Teatro Cid Branco, 47 anos, fez um relato cênico de sua própria vida na abertura do evento. Ao entrar no palco como o palhaço Cid Tropeço, o acadêmico contou como se tornou “um cidadão através da arte”. Ex-morador de rua, ex-interno da antiga Fundação Estadual para Bem Estar do Menor (Febem), Branco fez do seu experimento cênico uma oportunidade para mostrar ao público que a superação é possível. “Entrei para a Universidade mostrando algo que é função dela: transformação”, contou.
Na sequência, o projeto Coral Infanto Juvenil São João, realizado em parceria com a comunidade luterana de mesmo nome, apresentou três canções – o aquecimento vocal “Faça uma Careta”, o salmo “As the Dear” e “Aleluia”, versão brasileira de “Hallelujah”. A coordenadora e regente, professora Regiana Wille, conta que o grupo, formado por 21 crianças e jovens de seis a 13 anos, resgata o nicho – por vezes esquecido – que é o canto coral.
Outra das atrações da noite foi o projeto Ópera na Escola, que há 11 anos aproxima as crianças, principalmente da rede infantil, desse gênero ao qual costumam ter pouco acesso. Na Mostra Cultural, o projeto, que envolve docentes e bolsistas, apresentou fragmentos do trabalho interativo que é desenvolvido com ópera e canções brasileiras eruditas. Da ópera Romeu e Julieta, o grupo apresentou a ária “Ah! Je veux vivre” (“Ah! eu quero viver”), de Gounod, a música brasileira “Foi Boto, Sinhá!”, de Waldemar Henrique, o dueto das Bodas de Fígaro de Mozart, “Là ci darem la mano” (“Você vai me dar sua mão”), e, de Rossini, o “Duetto Buffo di due Gatti” (“Dueto Cômico de Dois Gatos”). O projeto é coordenado pela professora Magali Richter.
O Núcleo de Teatro da UFPel apresentou a cena “O Círculo”, baseado em um texto do livro do romeno Matei Visniec, que mostra a história de pessoas que começaram a traçar círculos ao redor de si com um giz magnético e se isolaram do mundo. Depois, começaram a utilizar outros materiais para riscar o desenho – e ninguém podia entrar no espaço do outro. Com o passar de décadas, começa o boato de que as pessoas estão na verdade presas dentro desses círculos. Conforme o coordenador, professor Daniel Simões da Silva, o Núcleo de Teatro, que já existe há 21 anos, reúne interessados da comunidade acadêmica – hoje, especialmente alunos do curso de Teatro -, e realiza apresentações e ações pontuais, como intervenções urbanas.
Finalizando a programação da noite, o Coral da UFPel, coordenado pelo regente Carlos Alberto de Oliveira, apresentou a peça renascentista “Eccho”, a música “Oh, Salutaris Hostia”, do compositor contemporâneo Eriks Esenvalds, a peça uruguaia “Locura de Murga” e, de Renato Russo, “Por Enquanto”.
Veja a programação dos próximos dias
28 de setembro, quarta-feira
Local: Auditório do Prédio B do Centro de Artes
19h30min – Projeto Coreolab
20h15min – Projeto Caminhos da Dança na Rua
20h30min – A Mesa Verde – Afoxé – Releitura da Obra “Lamentation” de Martha Graham – Projeto Bailar
21h – Programa de Extensão em Percussão (Pepeu)
30 de setembro, sexta-feira
Local: Bibliotheca Pública Pelotense
19h30min – Projeto Adela – Temporada Pública de Espetáculo de Teatro
20h – Projeto Grupo Vocal Esperança
20h45min – Projeto Encontros de Música Popular com a colaboração do Clube do Choro de Pelotas e professor Raul Costa D’Ávila
21h – Projeto Comida, Diversão e Arte
De 27 a 30 (de terça a sexta-feira)
Local: Centro de Letras e Comunicação – 1º andar do Campus Anglo
Das 8h às 18h
– Projeto Trabalho Artesanal com Mulheres do MST
– Projeto Etnodesenvolvimento e Direitos Culturais em Comunidades Quilombolas e Indígenas
– Projeto Brechó de Livros – Protetores Voluntários de Animais
– Projeto Escola de Inclusão
– Projeto Transitar
– Projeto Bem da Terra – “Rede de Redes” num Circuito Local de Comércio Justo e Solidário