Mais Médicos comemora dois anos
O programa Mais Médicos, do Governo Federal, completou dois anos. A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) é uma das instituições comprometidas com a causa, que busca ampliar a cobertura de assistência à saúde para a população brasileira, inclusive atingindo populações que nunca antes tinham tido contato com um médico. O reitor, Mauro Del Pino, esteve na cerimônia de comemoração da data, que ocorreu nesta terça-feira (4) no Palácio do Planalto.
Nesses dois anos, segundo o Ministério da Saúde, o Programa levou 18,2 mil médicos a mais de quatro mil municípios e atendeu 63 milhões de pessoas.
O Programa Mais Médicos possui várias frentes de atuação, todas elas buscando solucionar a necessidade de médicos no Brasil e o alcance deles em todas as regiões do país, em especial as regiões mais remotas e a periferia das cidades. Por exemplo, hoje todos os 34 Distritos Sanitários Indígenas possuem cobertura médica.
As principais metas do Programa incluem aumentar o número de vagas nos cursos de graduação em Medicina atualmente existentes, aumentar o número de cursos de graduação em Medicina e contratar médicos estrangeiros para suprir as necessidades emergenciais do programa Mais Médicos enquanto as demais iniciativas estão sendo implantadas. Também buscam aumentar o número de vagas para Residência Médica com ênfase na área de atenção primária à saúde (Medicina de Família e Comunidade) e estimular a permanência de médicos brasileiros trabalhando nas áreas de maior necessidade através da bolsa e do percentual de pontos que recebe quando se candidata para uma residência médica.
Na UFPel, a adesão inclui formação na Educação a Distância, sob a responsabilidade do Departamento de Medicina Social, que assumiu a formação dos médicos do Mais Médicos através da Especialização a distância em Saúde da Família. O curso é requisito do Ministério da Saúde para a atuação dos profissionais estrangeiros no país. A UFPel é responsável capacitar 2,5 mil médicos em sete estados brasileiros. As primeiras defesas começaram este ano e, até dezembro, a expectativa é de que cerca de mil tenham concluído o curso.
Além disso, a Faculdade de Medicina aderiu ao Mais Médicos aumentando 11 vagas para o ingresso de alunos a partir de 2016.
Em 2014, a UFPel assumiu a Tutoria e Supervisão de Médicos do Programa Mais Médicos com um tutor e 12 supervisores (sendo que nove são docentes da Universidade). Este grupo de profissionais, também ligados ao Departamento de Medicina Social, possui a responsabilidade de acompanhar 89 médicos do Programa Mais Médicos que estão trabalhando em 46 municípios da região Centro-Oeste do Rio Grande do Sul.
Nesse período, além do aumento ao acesso à atenção primária à saúde, os avaliadores puderam perceber aspectos como maior oferta de consultas. Bom relacionamento dos médicos com as equipes e pacientes, troca de experiências e permanência do médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) durante todo o seu período de trabalho – diferentemente do que vinha ocorrendo até então em muitos serviços de atenção básica no país – também são elementos apontados pelos supervisores. Um dos avanços mencionados é, também, que, caso não houvesse o direcionamento de médicos para atenção básica, serviços de pronto-atendimento, urgência e especialidades ficariam constantemente gastando muito para atender uma demanda que não é sua – muitas vezes de forma insatisfatória. Sem contar que a visita do supervisor gera uma constante reavaliação do serviço prestado, tensionando para mudanças positivas.
Nesse processo de envolvimento da UFPel, também foi criada a Residência em Medicina de Família e Comunidade, também ligada ao Departamento de Medicina Social.
Para o reitor da UFPel, o Brasil tem muito a comemorar com o Mais Médicos. “O êxito do Programa se deve a uma estratégia ousada e correta do Governo Federal, que combinou melhoria da assistência à população, expansão do atendimento na Atenção Básica, ampliação das matrículas para a formação de médicos, oportunidades para a residência médica, uma importante mudança na formação médica a partir das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina, além de médicos estrangeiros para ocuparem vagas demandadas pelos municípios e não ocupadas por médicos brasileiros”.
Ampliação
Na comemoração dos dois anos do Programa, em Brasília, vários decretos foram assinados sobre o tema. Os ministros da Educação, Renato Janine Ribeiro, e da Saúde, Arthur Chioro, anunciaram a criação de mais três mil bolsas de residência médica no país. Destas novas vagas, 75% serão destinadas à ampliação da formação de médicos especialistas em medicina geral de família e comunidade. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste serão priorizadas na distribuição das bolsas, para corrigir o déficit histórico de profissionais nessas regiões, mas a UFPel irá se candidatar para recebê-las.
Outra novidade é a liberação de 880 vagas para docentes, destinadas ao Programa de Ampliação do Ensino Médico. A UFPel foi contemplada com cinco vagas.
O ministro Janine Ribeiro afirmou que o Mais Médicos atuou em duas frentes: a primeira, emergencial, com a vinda dos médicos estrangeiros; a segunda, como expansão da formação médica. Segundo o ministro, em dois anos foram criados 50 novos cursos de medicina, com 5,3 mil novas vagas. Já são 4,7 mil vagas ocupadas de residência médica.
A meta é que, até 2017, sejam criadas 11,5 mil novas vagas de graduação em Medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formação de especialistas com foco em áreas prioritárias para o SUS. “Queremos garantir que o Brasil consiga formar todos os médicos de que precisamos”, concluiu o ministro.
Durante a solenidade, também foi lançado um site específico pro programa (www.maismedicos.gov.br), além de um livro comemorativo.
Foto: Roberto Stuckert Filho