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Mapeamento de obras de autores negros e indígenas avança no sistema de bibliotecas da UFPel

O Gabinete da Vice-Reitoria, em conjunto com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, o projeto unificado “Práticas Performativas e Relações Étnico-Raciais”, assim como os professores ingressantes que participaram dos últimos processos de seleção de docentes, estão promovendo uma significativa mudança na composição das obras disponíveis no sistema de bibliotecas da UFPel. Uma das ações principais do projeto é o mapeamento de obras de autores negros e indígenas. O objetivo desta iniciativa é ampliar, dentro das bibliotecas universitárias, as referências epistemológicas das diversas etnias.


A Vice-Reitora, professora Dra. Ursula da Silva, salienta : “A política acadêmica da UFPel tem se voltado para a valorização da produção de pensadores e pensadoras negros(as) em nossa bibliografia para que, gradualmente, ocorra uma inserção maior em nossos currículos e Projetos Pedagógicos dos cursos, para que o percurso e a vivência da formação de nossos estudantes seja transformada de modo a estar em sintonia com a realidade da nossa sociedade.”


A partir dos dados produzidos pelo mapeamento, foi elaborada uma lista preliminar de obras consideradas essenciais. Na última semana mais de quarenta títulos foram adquiridos para ficarem à disposição no sistema de bibliotecas da UFPel. Em breve, esses livros serão catalogados e estarão disponíveis para consulta.
Um dos principais obstáculos para a descolonização efetiva dos currículos é a exigência de cinco exemplares de uma obra para que ela possa ser inserida nos referenciais essenciais dos planos de ensino. A ação realizada agora permitiu complementar o número de exemplares de obras que já existiam, atingindo o requisito de cinco exemplares, além de introduzir novas obras à instituição.

O Professor Dr. Thiago Pirajira, coordenador do projeto “Práticas Performativas e Relações Étnico-Raciais, destaca a importância desta conquista: “Conseguimos, com esta ação do projeto, não apenas alcançar o número necessário de exemplares para várias obras, mas também trazer novas obras para a instituição. Esta é uma importante ação, pequena porém rigorosa, para a descolonização do pensamento e das práticas educacionais na universidade. Esperamos que, em breve, ações como esta possam ser comuns e não mais um evento extraordinário.”


Para o professor Dr. Eraldo Pinheiro, Pró-Reitor de Extensão e Cultura, trata-se de uma iniciativa muito relevante: “Esta ação é um marco histórico na luta pela igualdade e diversidade na nossa universidade, rompendo com paradigmas coloniais e proporcionando um espaço onde a riqueza cultural e intelectual de autores(as) negros(as) e indígenas finalmente recebe o reconhecimento e a visibilidade necessária. Este é um impacto importante para nossos(as) estudantes, que significa acesso a uma formação mais robusta, crítica e plural, fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.”

Este avanço representa um passo significativo rumo à inclusão e valorização das produções intelectuais de autores negros e indígenas, promovendo uma educação mais diversa e representativa.

Publicado em 04/07/2024, nas categorias Destaque, Notícias.