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Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter inaugura exposição “Comunicação em Organismos não-Humanos”

O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter, vinculado ao Instituto de Biologia (IB) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) inaugurou, na última quinta-feira (31), a exposição “Comunicação em Organismos não-Humanos”. A mostra revela as diversas formas com que as plantas e os animais interagem entre si e com o mundo ao redor, demonstrando como todas essas formas de comunicação são utilizadas pelos organismos para os mais variado fins, sendo de extrema importância para a sua sobrevivência.

Em sua fala, o subchefe do Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter, Luiz Ernesto Costa Schmidt, destacou que a nova exposição é resultado de um esforço coletivo que teve início em 2022, quando ocorreu uma formação em comunicação de animais não-humanos. Com a repercussão positiva, a equipe decidiu ampliar o tema. “A exposição conta com a participação do Projeto Vegetando, que incluiu a comunicação das plantas na mostra. Assim como os animais, as plantas também resolvem os seus dilemas diários por meio da comunicação. Esperamos que, olhando para a comunicação da natureza, possamos aprender a nos comunicar  melhor também”, disse.

Já o diretor do Instituto de Biologia (IB), Luiz Fernando Minello, destacou que em um momento em que existe uma falta de comunicação entre os humanos, a visibilidade da comunicação entre animais e vegetais pode ser interessante. “Para nós, é um orgulho inaugurar mais uma exposição no Museu, que se alinha ao nosso objetivo de proporcionar à comunidade acesso à cultura oferecida pela Universidade, apresentando coisas diferentes que talvez não estejam disponíveis no cotidiano de todos”, ressaltou.

A exposição é resultado de uma parceria entre o Museu e o Projeto Vegetando – Laboratório de Cognição e Eletrofisiologia Vegetal. O Museu está localizado na Praça Coronel Pedro Osório, nº 01. A visitação estará disponível até 28 de outubro, de segunda a sábado, das 13h às 18h30. A entrada é gratuita e grupos com mais de 10 pessoas podem agendar visitas.

Exposição

Plantas e animais são capazes de perceber, processar e reagir às informações contidas nos cheiros, sons, imagens ou texturas encontradas nos lugares onde vivem. Essa habilidade é um dos elementos centrais da exposição “Comunicação em organismos não-humanos”.

Através da comunicação, os organismos ajustam suas ações ao interagirem com indivíduos da sua espécie ou de espécies diferentes. Assim, a comunicação permite que os organismos consigam interpretar as informações disponíveis nos lugares onde vivem e ajustem seus comportamentos de maneira adequada à situação.

Entre as formas de comunicação apresentadas na exposição está a polinização, uma interação ecológica importante entre as plantas com flores e animais, com interesses diferentes entre si. Para as plantas com flores, a polinização é uma forma de estratégia reprodutiva, já para os animais representa uma estratégia de alimentação.

As plantas se comunicam entre si avisando umas às outras sobre os problemas que estão enfrentando, possibilitando que as plantas vizinhas consigam se preparar para sobreviver.

Entre os animais, a comunicação pode se dar através de diversos estímulos. Entre os animais em exposição, os visitantes terão a oportunidade de conhecer como cada um realiza a interação. A Gralha-Azul, por exemplo, habita o interior e borda das florestas da região da Mata Atlântica. Ela vive em grupos de até 15 indivíduos e vocalizam frequentemente sinalizando a presença de predadores em seus territórios, muitas vezes avisando até outras espécies sobre a presença de ameaças.