Projeto Pedagógico Institucional (PPI) é aprovado por unanimidade no Conselho Universitário
Os rumos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) para os próximos anos estão definidos: o documento norteador das práticas acadêmicas, o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), foi aprovado na manhã de terça-feira (9), por unanimidade, pelo Conselho Universitário (Consun). O PPI para o período 2023-2036 resulta de processo participativo desenvolvido desde maio de 2021, com todos os segmentos da UFPel e a comunidade externa, para atualizar as diretrizes institucionais, com base em sua realidade atual, desafios e perspectivas.
O documento elaborado coletivamente traz novas construções sobre a identidade organizacional, os mecanismos de inserção regional, nacional e internacional, as políticas de ensino de graduação e pós-graduação, extensão, inovação, ações afirmativas, diversidade e inclusão, permanência, qualidade acadêmica, sustentabilidade e meio ambiente. O PPI, conforme a legislação, é um dos documentos essenciais que estabelece a UFPel como Instituição de Ensino: é um instrumento de gestão acadêmica, de orientação política, filosófica, teórica e metodológica, que leva em conta a sua inserção regional, missão, vocação, visão, objetivos e suas características históricas.
A reitora da UFPel, Isabela Andrade, durante a reunião do Conselho, ressaltou a importância do esforço coletivo para atualização da versão anterior do documento (2003), após “vinte anos de história, atividades, desenvolvimento e projetos” e das diversas estratégias para possibilitar e ampliar as contribuições da comunidade. O texto aprovado pelo Consun sintetiza o processo como “uma atualização calcada na análise da situação atual, no que caracteriza a UFPel hoje e nos desafios que marcam o seu futuro”.
Trajetória até a aprovação
O processo, para chegar à atualização do PPI, iniciou-se no primeiro semestre de 2021, com a constituição de um grupo de articulação e do planejamento metodológico. Naquele contexto, realizou-se a 1ª Semana de Diálogos Acadêmicos, para refletir coletivamente sobre os movimentos institucionais, e as ações iniciais de aproximação e sensibilização com as unidades acadêmicas sobre a importância da atualização do documento.
Com a aprovação da metodologia participativa pelo Conselho Universitário, passou-se à etapa de formação de grupos de trabalho, mediante processos eleitorais. Nesse período, foram desenvolvidas campanhas de engajamento e reuniões com o Diretório Central de Estudantes e representações externas. A aplicação da metodologia, com as comissões eleitas para o 1º ciclo de ações, proporcionou, no primeiro semestre de 2022, o desenvolvimento de grupos focais e atividades de coleta e sistematização de dados, como a análise dos projetos pedagógicos dos cursos (PPCs) e de PPIs de outros Instituições. Após novo processo eleitoral, no 2º ciclo de ações, realizou-se consulta pública e elaboraram-se minutas para avaliação das unidades acadêmicas e administrativas.
As oportunidades de participação na consulta pública foram incentivadas nos espaços de circulação da comunidade interna e externa, como a Feira Nacional do Doce (Fenadoce, de 3 a 9 de junho de 2022), a 8ª Semana Integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (Siiepe, de 17 a 21 de outubro de 2022) e nas ações externas do projeto Ruas de Lazer. O instrumento de pesquisa apresentou perguntas abertas, com a possibilidade de participação abrangente à comunidade; não restritas, dessa forma, à aceitação ou rejeição sumária das proposições.
A relatora da minuta do PPI submetida à apreciação do Consun, a vice-reitora da UFPel, Ursula da Silva, especificou o contexto, as etapas de elaboração e as formas de participação da comunidade interna e externa. A versão anterior do documento, segundo avaliou, estava em “descompasso” com a realidade institucional. A Universidade, principalmente após o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), de 2007, mudou consideravelmente a sua estrutura e o perfil de estudantes, servidoras e servidores. Temas centrais nas rotinas universitárias também não estavam abarcados no PPI de 2003, como ações afirmativas, sustentabilidade, meio ambiente e inovação.
Em seu parecer, a minuta apresentada “sintoniza” com o contexto atual da Instituição, com as qualificações possíveis para a comunidade universitária, sem incluir projeções irrealizáveis. “É um documento muito factível e que traduz o que a UFPel é hoje”, descreve. Entretanto, considerou, naturalmente, que a experiência da Universidade durante e após o período de pandemia de Covid-19 e as limitações orçamentárias da história política recente apontam para a necessidade de a Instituição “se repensar” novamente.
Títulos Honoríficos
A reunião extraordinária do Consun de terça-feira (9) também aprovou a outorga dos títulos de doutor honoris causa e de professora emérita. Receberão a homenagem, aprovada por aclamação, respectivamente, Luiz Carlos Vinholes e Maria Letícia Ferreira.
