Reunião entre UFPel e Polícia Federal tranquiliza sobre possíveis ataques
Membros da gestão da Universidade Federal de Pelotas estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira (13) com o delegado da Polícia Federal Robson Robim, que responde pelo órgão na região de Pelotas. A administração da UFPel buscava orientação técnica e informações sobre possíveis ataques que pudessem estar sendo planejados contra instituições de ensino.
Após saudar o convidado, dando início à reunião, a reitora Isabela Andrade questionou Robim se era necessário algum movimento ou posicionamento da Universidade sobre o tema. A inquietação foi reforçada pelo assessor do Gabinete da Reitoria Marco Fernandes, que destacou que a instituição busca a compreensão de todo o quadro desenhado, para não tomar decisões precipitadas, sem a devida consulta a dados técnicos e científicos sobre o tema.
Para o delegado, a probabilidade de que algo orquestrado ocorra não é grande, apesar da sensação de pânico generalizado. “O medo é um catalisador para que as pessoas se mobilizem”, afirmou Robim. Em sua opinião, há um superdimensionamento desse sentimento de insegurança, de certa forma causado pela desconexão com os fatos.
O massacre ocorrido na escola infantil em Blumenau (SC), que tem sido apontada como o estopim para esse movimento de pânico, é, em sua opinião, um fato isolado, mesmo que triste e chocante, mas que não pode ser considerado como violência escolar: “Foi algo feito por um sujeito em surto psicótico e que não possuía vínculo com aquela comunidade escolar”. Robim prosseguiu, explicando que não há um problema sistêmico, com focos espalhados pelo país.
O delegado salientou que a Polícia Federal, em conjunto com demais autoridades de segurança pública, tem monitorado grupos de desinformação e fluxos na chamada dark web. Robim ainda pontuou que os canais de comunicação ao mesmo tempo que são o espaço de espalhamento dos boatos e teorias infundadas também devem ser o local para que sejam feitos os necessários contrapontos: “Precisamos reforçar as informações corretas”.
Sobre possíveis formas de atuação ou posicionamentos da UFPel, o policial elogiou a instituição por ter ido buscar diálogo com as autoridades competentes. Robim recomendou que se mantenha a normalidade das atividades, com um reforço apenas no monitoramento pelos canais já existentes. “Revogar os avanços civilizacionais do convívio social é o que reforça o estado de pânico”, disse.
Ao final da reunião, Isabela convidou que Robim voltasse à Universidade uma segunda vez para dialogar com um grupo ampliado sobre o tema. A atividade ocorrerá na tarde desta sexta-feira (14), às 14h, no auditório do Centro de Artes. Para a ocasião, foram convidados diretores de unidades administrativas e seus chefes de núcleos administrativos, pró-reitores, superintendentes e coordenadores das unidades administrativas.