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MALG realiza abertura da exposição das obras do Palácio Piratini restauradas pela UFPel

O Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) realizou, na tarde desta quinta-feira (9), a abertura da exposição “Pinacoteca do Palácio Piratini – Obras Restauradas”. A mostra é composta pelas 17 pinturas restauradas pelo Laboratório Aberto de Conservação e Restauração de Pinturas (Lacorpi) que pertencem ao acervo do Palácio Piratini, sede do governo do estado do Rio Grande do Sul. A exibição das obras ocorrerá até o mês de maio com entrada gratuita.

Em sua fala, o diretor do MALG, Lauer Alves dos Santos, pontuou que, além de conhecer as obras do Palácio Piratini, o público terá acesso às informações sobre os procedimentos desenvolvidos pela equipe para recuperação das pinturas. “Estamos aqui para celebrar a parceria entre a Universidade Federal de Pelotas e o governo estadual. É uma honra fazer parte de um projeto dessa natureza, tornando acessível à comunidade os resultados da ação que restaurou o acervo de pinturas do Palácio Piratini”, comemorou.

O diretor de Conservação e Memória do Palácio Piratini, Mateus Gomes, explicou que foi a partir do centenário do Palácio que surgiram as ações para conservação do acervo da instituição. “A exposição conta com todas as nossas pinturas de cavalete, depois temos as pinturas murais que também estão sendo restauradas. Então, teremos todo o nosso acervo de pinturas em dia, o que demoraria muito tempo para acontecer dentro da nossa agenda de prioridades emergenciais. Estamos felizes que a dificuldade foi solucionada de uma forma muito bacana”, comemorou.

Já a coordenadora do Lacorpi, Andréa Lacerda Bachettini, salientou que, além da restauração em si, o projeto gerou documentação que contribuirá na apresentação do acervo, com a produção acadêmica de cinco Trabalhos de Conclusão de Curso e oportunizou aos estudantes um grande aprendizado ao desenvolverem atividades de ensino, pesquisa e extensão. “Foi um desafio assumir um trabalho dessa magnitude e só foi possível a partir do empenho dos 25 alunos que participaram do projeto. Tenho certeza de que estamos formando conservadores e restauradores de alto nível”, destacou.

A vice-reitora, Ursula Silva, parabenizou servidores e estudantes pelo trabalho e desejou que outras parcerias sejam viabilizadas. “Nos orgulhamos em participar desse trabalho que é fundamental para a formação de nossos estudantes. O acervo diz muito sobre a história da arte do Rio Grande do Sul. Temos esperança de espaços maiores para fomentar outros projetos que também valorizem a cultura e a educação do nosso povo”, disse.

Após a cerimônia, a galeria foi aberta para que o público pudesse prestigiar as 17 pinturas restauradas. Além das obras, a exposição conta com um vídeo sobre o trabalho realizado e um espaço com as ferramentas e materiais que são utilizados no processo de restauro.

Exposição

A mostra conta com pinturas de cavalete produzidas por Helios Seelinger, Leopoldo Gotuzzo, Libindo Ferrás e Glauco Rodrigues, Guido Mondin, Benette Casaretto Motta, Jatyr Loss, Ângelo Guido, Masanori Uragami e outros. Dentre as obras expostas, em sua maioria, óleo sobre tela há também duas aquarelas. Já entre as temáticas, próprias do período em que foram feitas, estão os temas religiosos, naturezas mortas e paisagens.

O trabalho, realizado por servidores e estudantes do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais, foi fruto de um acordo de cooperação técnico-científico entre a UFPel e o governo estadual dentro das comemorações do centenário do Palácio. A ação realizada pelo laboratório restitui a integridade das obras. Foram feitos procedimentos como exames pontuais e globais, análises estética, iconográfica, iconológica e histórica, assim como os procedimentos práticos da restauração.

De acordo com Andréa Lacerda Bachettini, a exposição evidencia a arte como testemunha de seu tempo. “Ainda que em primeira instância as obras não apresentem uma relação direta entre si, denota-se, a partir de um olhar mais atento, que elas dialogam de forma direta com a História da Arte no Rio Grande do Sul. Com suas características e impressões pictóricas enraizadas no que então se estava fazendo em termos de pintura no período, ainda que tal característica não pese como demérito sobre as obras”, disse.

Para a coordenadora, o contexto em que se inserem, como não poderia ser diferente para o começo do século XX, é bastante masculino, com homens pintores, professores, críticos de arte e historiadores. “As mulheres são exceção na história que consta nos livros, assim também é na coleção do Piratini, entre as 17 obras há apenas uma pintura de autoria feminina, que estava identificada como “pintor desconhecido”, mesmo constando no quadro o nome da pintora pelotense, Benette”, pontuou.

Além da exposição, que coroa a trajetória de restauro, a vasta documentação gerada pelo projeto contribuirá para a criação de um e-book sobre o acervo.

Serviço

– Pinacoteca do Palácio Piratini – Obras Restauradas

– Visitação de março a maio de terça a sábado das 12h30 às 18h.

– MALG – Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo – Praça Sete de Julho, 180 – Centro, Pelotas

– Entrada franca