Reitora da UFPel participa de reunião do presidente Lula com gestores de instituições federais
A manhã desta quinta-feira (19) foi marcada pelo reencontro de reitores e reitoras das universidades e institutos federais com o presidente da República. Em evento ocorrido no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), os gestores de ensino superior e tecnológico foram recebidos pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. A reitora da Universidade Federal de Pelotas, Isabela Andrade, participou do encontro.
A reunião foi iniciada pelo próprio presidente, que disse considerar um encontro com os reitores um encontro com a própria civilização, pois, segundo ele, não há na história da humanidade um povo que tenha se desenvolvido sem investir em educação. Lula afirmou, ainda, não entender qual a dificuldade de um presidente da República em encontrar-se com os gestores das instituições federais de ensino. “Quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo”, destacou o presidente, sob fortes aplausos dos presentes.
Falando em nome dos reitores universitários, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ricardo Fonseca, pontuou que alguns dos colegas presentes ainda não haviam tido a oportunidade de um encontro com o presidente, pois durante muitos anos esse tipo de reunião não ocorria.
Fonseca considerou que, nos anos recentes, as universidades e institutos federais foram colocados como alvos de setores da sociedade, sendo maltratadas e destratadas. “Fomos tirados de nossos papel natural de estar à serviço do Brasil e dos projetos de desenvolvimento nacional”, disse. Ao mesmo tempo, o presidente da Andifes lembrou que, ao mesmo tempo, tais instituições foram resistência na defesa da democracia e da manutenção de projetos estratégicos para o país.
Ainda em seu discurso, ele, que também é reitor da Universidade Federal do Paraná, colocou aos presentes a necessidade que as universidades têm de recursos e meios para desenvolver tal missão. Segundo Fonseca, não são apenas recursos financeiros, mas a própria garantia da autonomia universitária.
Fazendo uso da palavra, o ministro da Educação, Camilo Santana, colocou que uma das metas do novo governo é o de reconstruir a educação. Ele afirmou que houve um desmonte da educação nos últimos anos, por meio de medidas como o corte de orçamento, a falta de diálogo e o desrespeito à autonomia universitária.
Santana pontuou que, entre os objetivos a serem alcançados, está o da redução da evasão e a ampliação do acesso. O ministro também disse que o governo federal nomeará todos os reitores que forem escolhidos nas consultas às comunidades universitárias. Também está nos planos do Ministério da Educação, segundo ele, o reajuste das bolsas, para o qual já foi solicitado estudo.
A reunião foi finalizada por mais um pronunciamento do presidente Lula. Ele se disse emocionado pelo momento. Lula lembrou o suicídio do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luís Carlos Cancellier, que completou cinco anos recentemente; para o presidente, apesar da morte de sua carne, suas ideias estão vivas entre os que ainda estão dispostos a lugar por elas.
Lula se disse alegre por ter mais uma chance de mexer com a educação, segundo ele a única coisa que pode salvar o Brasil e fazer com que ele deixe de ser um eterno país em desenvolvimento. O presidente se mostrou disposto a aumentar investimentos, em especial, em áreas do conhecimento que sejam mais necessárias. “Temos que deixar de pensar nisso como gasto”, afirmou.
Para a reitora Isabela, o momento se mostrou de bastante esperança para todos os que acreditam na educação como a construção do futuro do país. “Foi uma abertura ao diálogo”, destacou ela. Além do compromisso com a ampliação da oferta de vagas, a reitora da UFPel lembrou o comprometimento do novo governo federal com a autonomia universitária, tanto da gestão das universidades quanto do uso do seus orçamentos.