Aula Aberta coloca a Universidade na rua
Centenas de pessoas compareceram ao Largo do Mercado Central de Pelotas, na tarde desta quarta-feira (26), para participar a Aula Aberta da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A atividade foi promovida pela instituição para conscientizar a população da região sobre os efeitos adversos gerados pelos seguidos cortes e contingenciamentos orçamentários sofridos pelas universidades federais brasileiras nos últimos anos.
Posicionados ao redor do largo, cursos da UFPel e projetos de ensino, pesquisa e extensão da Universidade puderam entrar em contato com a população, mostrando sua produção, de forma a demonstrar tudo que a Universidade proporciona para a cidade e a região. “A Universidade Federal de Pelotas é gigante, tanto no seu tamanho quanto no que representa”, destacou o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento e reitor eleito da UFPel, Paulo Ferreira Júnior, em seu pronunciamento durante a aula.
Responsável pelo planejamento da execução orçamentária da instituição, Ferreira expôs, com números, a dificuldade que ainda é manter a UFPel em funcionamento: “Estamos lutando para manter a Universidade aberta”. De forma a exemplificar tais limitações, o pró-reitor lembrou todos os cortes em pessoal e bolsas realizados. “Estamos tomando decisões muito ruins para nos mantermos em atividade”, disse.
A vice-reitora Ursula Silva salientou que está na missão da UFPel a promoção do desenvolvimento da sociedade, algo que fica comprometido com a falta de investimentos. “Lutando pela Universidade, estamos lutando também pelos direitos das futuras gerações”, pontuou. A gestora lembrou ainda que países que tratam a educação, a ciência e a produção do saber como prioridades alçam altos patamares de qualidade de vida: “Educação e ciência não são gastos, são investimentos no futuro de um país”.
Além de pró-reitores e superintendentes da UFPel, a Aula Aberta também contou com a participação do reitor da Universidade Federal do Pampa, Roberlaine Jorge. Ele relatou que a instituição, cuja reitoria fica em Bagé (RS), também sofre com os cortes e que não poderia deixar de se solidarizar com uma universidade irmã. Para Jorge, não é possível que as discussões fiquem no campo do discurso: “Muitas vezes nos perdemos na guerra de narrativas, do sentido dos termos ‘corte’, ‘contingenciamento’, ‘bloqueio’; mas o importante é ver quais são os efeitos deles”.
Após as falas da gestão da UFPel, foi a vez da arte dar o seu recado. Houve a participação do projeto Teatro do Oprimido na Comunidade, do coletivo dos cursos de Dança e Teatro e uma ação conjunta do Coral da UFPel e do Núcleo de Teatro, que apresentaram “O sol haverá de brilhar mais uma vez”.