Deputado Daniel Trzeciak destina R$ 271 mil para obra do Hospice
Uma emenda parlamentar, no valor de R$ 271 mil, promete trazer mais um fôlego para a obra do Centro Regional de Cuidados Paliativos da Universidade Federal de Pelotas, estrutura que oferecerá os serviços de um hospice. A verba foi destinada pelo deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB-RS), que esteve no canteiro de obras na última segunda-feira (7) para realizar o ato simbólico de entrega do valor.
Além do parlamentar, estiveram presentes na visita a reitora da UFPel, Isabela Andrade, e a diretora da Faculdade de Medicina, Julieta Fripp, que também coordena a Unidade Cuidativa, ente ao qual está ligado o centro. A edificação, localizada no terreno da antiga fábrica Laneira Brasileira, começou a ser construída em 2014 e já tem grande parte de sua estrutura concluída; no entanto, ainda são necessárias muitas intervenções para a sua conclusão.
Estima-se, segundo informações da diretora, que ainda sejam necessários entre R$ 3 e 4 milhões para que o hospice entre em funcionamento. Os valores trazidos por meio da emenda recebida na segunda-feira serão encaminhados para que sejam executadas intervenções que não estão previstas nos serviços da empreiteira que realiza a obra atualmente: a ideia é que o dinheiro seja investido na estação de esgoto, reservatórios de água e rede de gases, assim como em acabamentos para piso e paredes.
A estrutura só poderá realizar internações quando a obra estiver completamente acabada. No entanto, a ideia, de acordo com Julieta, é que o espaço vá sendo utilizado conforme a finalização para atendimentos ambulatoriais ligados à Unidade Cuidativa.
A reitora destacou a parceria mantida entre a Universidade e o deputado Trzeciak: “É muito bom tem esse apoio e essa proximidade”. Ela pontou que a presença do parlamentar em Brasília já trouxe grandes benefícios para a região, especialmente nas áreas da saúde e da educação.
Trzeciak reafirmou seu comprometimento com as pautas trazidas pela UFPel. “A Universidade fomenta a região”, destaca. Ele ainda se colocou a disposição para as possíveis articulações para outras demandas. Sobre a obra do hospice, o deputado diz que tal estrutura vai melhorar a vida de quem precisa. “Vai melhorar a qualidade de vida e, porque não, de morte de muitas pessoas”, comentou a diretora da Famed.
Espaço de cuidado e acolhimento
Hospice é uma modalidade de cuidado para pacientes que apresentam doenças crônicas em evolução e progressão, que demandam cuidados paliativos para controle de sintomas e alívio dos sofrimentos advindos da enfermidade. Estruturas do tipo permitem internação de pacientes diagnosticados com cânceres avançados, doenças neurodegenerativas, pneumopatias severas, dores físicas de difícil manejo, entre outras: além de permitirem uma internação para controle de sintomas, proporciona também a possibilidade de alívio de ordem emocional, social e espiritual tanto para os doentes quanto para os seus acompanhantes. Os hospices também permitem regimes de internação de 24 horas, não sendo apenas uma estrutura de hospital-dia. Além disso, acolhem os pacientes quando estão em estado terminal, em uma permanência em ambiente mais acolhedor que o hospitalar.
“Muitos pacientes que apresentam doenças graves sofrem por inúmeras complicações na evolução da patologia e, além disso, não possuem suporte de equipe multidisciplinar com foco nos cuidados paliativos”, explica Julieta, médica paliativista por formação. No entanto, ainda são poucos os centros de cuidados paliativos que funcionem com regime de internação 24h no Brasil. Quando planejado, em 2014, o Centro Regional de Cuidados Paliativos da UFPel seria o primeiro do Brasil. Apesar de outras estruturas do tipo já terem sido criadas desde então, ele ainda será o primeiro pertencente a uma instituição de ensino.
Segundo a diretora da Famed, além de qualificar a assistência proporcionada pela Universidade, que já atende a mais de 25 municípios da região nas modalidades ambulatorial e day care, o hospice irá possibilitar uma ampliação nas possibilidades de formação acadêmica, abrindo novos campos para estudantes de internatos, residências multidisciplinares, não apenas para alunos do curso de Medicina, mas também Psicologia, Nutrição, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, por exemplo. “Formaremos profissionais com conhecimento, habilidade e atitude, para cuidar de pessoas que sofrem e não podem ser deixadas para trás”, explica.