UFPel aprova três projetos no Programa Pesquisa para o SUS da FAPERGS
A UFPel teve três projetos de Pesquisas aprovadas no âmbito do Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde (PPSUS) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul – FAPERGS. O edital buscou fomentar projetos de pesquisa que promovam a melhoria da qualidade da atenção à saúde em temas prioritários para o Rio Grande do Sul no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).
Cada projeto será contemplado com um recurso de até R$ 150 mil a ser utilizado na aquisição de itens de capital, custeio e bolsas que contemplem o desenvolvimento da pesquisa.
Conheça os projetos:
Multimorbidade e procura por serviços de urgência e emergência em Pelotas-RS
A multimorbidade que é a ocorrência de diferentes doenças crônicas no mesmo indivíduo – é um problema de saúde global. Além da alta prevalência (2 a cada 3 idosos têm duas ou mais condições crônicas), seus efeitos negativos são diversos incluindo maior uso de serviços de urgência e emergência. Nesse sentido, o projeto objetiva avaliar o uso de inteligência artificial para estimar a procura por serviços de urgência e emergência em uma amostra representativa da população que utiliza as unidades básicas de saúde da cidade de Pelotas-RS. Para isso, serão acompanhados durante um ano cerca de 5,5 mil pessoas em um estudo de coorte de modo a predizer o uso dos serviços e sua frequência a partir das informações coletadas na linha de base do estudo.
De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Bruno Pereira Nunes, caso as análises apresentem boa performance, uma plataforma online de acesso aberto poderá ser utilizada para auxiliar profissionais de saúde na tomada de decisão no manejo dos usuários com maior risco de uso de serviços de urgência e emergência. “Em especial depois da Pandemia da Covid-19, estes tipos de informações, como a situação de saúde e o perfil epidemiológico da população serão muito importantes para entender os novos desafios que a atenção primária terá daqui para frente”, explica.
BCG recombinante como uma alternativa terapêutica para melanoma
O câncer é um problema de ordem global que é caracterizado pelo crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Apesar da grande variedade de terapias disponíveis, a busca por novas estratégias que tenham uma maior efetividade e menor custo é um objetivo primordial de pesquisa, principalmente para que essas terapias desenvolvidas na academia possam ser disponibilizadas pelo Sistema Nacional de Saúde (SUS).
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos e representa 3% das neoplasias malignas de pele, sendo considerado o tipo mais grave de câncer neste órgão devido à sua alta capacidade em desenvolver metástase. A estimativa para 2020 é de ocorrência de 8.450 novos casos de melanoma no Brasil, sendo 4.200 em homens e 4.250 em mulheres. O tratamento de melanoma tem melhorado significativamente pelo uso de técnicas baseadas na imunidade.
O projeto liderado pela professora Fabiana Kommling Seixas conta com a participação de professores e alunos do Programa de Pós- Graduação em Biotecnologia e tem como objetivo a construção de diferentes cepas de Mycobacterium bovis BCG recombinante e avaliação do seu potencial in vitro e in vivo (modelo animal), visando aumentar a eficiência do BCG na imunoterapia do melanoma. “O projeto apresenta originalidade e relevância científica pois busca proporcionar uma estratégia inovadora para imunoterapia do melanoma”, finaliza Fabiana.
Oncobank e Oncovid: rastreamento genômico de SARS-CoV-2 e perfil genético de pacientes oncológicos e de profissionais de saúde na pandemia da COVID-19
Alinhado à importância desse tipo de iniciativa, neste projeto será estabelecido biorrepositórios de amostras genômicas (tanto de RNA viral denominado de Oncovid, quanto de DNA humano denominado de Oncobank) de pacientes oncológicos em tratamento no Setor de Oncologia do Hospital Escola (HE) e de profissionais de saúde, as quais serão utilizadas em uma moderna plataforma de genômica funcional e estrutural, abrangendo a genotipagem dos polimorfismos nos genes ace1 e ace2; o diagnóstico molecular de SARS-CoV-2 através de RT-qPCR; e o sequenciamento completo do genoma de isolados do vírus SARS-CoV-2.
O projeto dará suporte de rastreamento do SARS-CoV-2 aos pacientes oncológicos e monitoramento dos profissionais de saúde em oncologia. Os biorepositórios Oncovid e Oncobank permitirão buscar respostas cientificas de base genética para compreender melhor esta relação genômica, permitindo uma resposta imediata aos pacientes e aos profissionais de saúde em oncologia do perfil de exposição viral.
Segundo o coordenador da pesquisa, professor Tiago Collares, este projeto abre caminho para aproximar a ciência de ponta da assistência em saúde em tempo real e além de proporcionar conhecer variantes genéticas do vírus circulantes na cidade de Pelotas, permitirá identificar a relação do vírus com a diversidade genética das pessoas. “Isso é a medicina personalizada de precisão ao SUS”, explica.