Simpósio Consciência tem cor (ou mês?) discute os efeitos do racismo na saúde da população negra

O “Simpósio Consciência tem cor (ou mês?)” está sendo este realizado pela IFMSA Comitê Local UFPel (Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina do Brasil) e LASPOVUS (Liga Acadêmica de Saúde das Populações Vulneráveis) e abordará assuntos referentes aos efeitos do racismo estrutural na saúde da população negra no Brasil.

Por longos três séculos, povos africanos foram trazidos de seu lugar origem em condições sub-humanas, tendo seu trabalho barbaramente explorado, com alimentação, vestes e habitações inadequadas, baixíssima expectativa de vida, perda de sua identidade, religião e cultura, havendo até mesmo abuso sexual com mulheres negras por parte de seus patrões. Após o fim da escravidão no país, aproximadamente 700 mil pessoas negras antes escravizadas agora estavam na rua, sem terras, sem empregos, sofrendo friamente racismo.

Atualmente, há 132 anos desde a extinção da escravidão, o que, de fato, não é o suficiente para que todas essas famílias negras tenham estabelecido por si só boas condições de moradia, educação, trabalho, salário e saúde, visto que o racismo infiltrado na estrutura social assim como a ausência de políticas reparativas durante anos são fatores que atrasam o desenvolvimento econômico negro, o exclui das estruturas de poder e lhe nega ascensão social em grande parte da população.

Falar sobre a saúde da população negra é abordar sobre >55% dos brasileiros e suas particularidades, os quais são altamente negligenciados, inferiorizados, violentados, dia após dia.

Serão dois dias de palestras (26 e 27 de novembro), com um total de sete profissionais experientes no assunto e temas diversos a fim de conscientizar o máximo de alunos possíveis acerca da situação da população negra na nossa sociedade.