Grupo de Pesquisa em Enfermagem, Saúde Mental e Saúde Coletiva da UFPel oferta Rodas de Terapia Comunitária
O Grupo de Pesquisa em Enfermagem, Saúde Mental e Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em cooperação com o Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental da Universidade Estadual do Sudoste da Bahia (GEPSM/UESB), está ofertando Rodas de Terapia Comunitária Integrativa de maneira virtual através do portal do grupo da UFPel.
Segundo Patrícia Anjos, professora do Departamento de Saúde II da UESB e doutora em Ciências da Saúde, a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) consiste em uma tecnologia leve de cuidado, sistematizada em seis etapas (acolhimento, escolha do tema, contextualização, problematização, encerramento e encaminhamentos). A TCI mobiliza a competência das pessoas por meio da construção de vínculos solidários, corresponsabilização pela busca de soluções e superações de desafios cotidianos, em um ambiente acolhedor e caloroso. Pode ser realizada com qualquer número de pessoas, de qualquer nível socioeconômico.
Para o psiquiatra e professor Adalberto Barreto, que construiu essa tecnologia cuidativa, “a conversa é o remédio”, de modo que indica a utilização de provérbios para suscitar a reflexão e mobilizar o diálogo no grupo. Por exemplo, “quando a boca cala, os órgãos falam” e “quando a boca fala, os órgãos saram”. Barreto sustentou a construção dessa tecnologia em cinco pilares teóricos: o Pensamento Sistêmico; a Teoria da Comunicação (Watzlawick); a Pedagogia de Paulo Freire; a Antropologia Cultural; e a Resiliência.
Como funcionam as Rodas de Terapia Comunitária Integrativa?
As rodas de TCI são realizadas por integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental: loucos por cidadania da UESB, que são enfermeiras e terapeutas comunitárias e têm realizado rodas de TCI há mais de uma década. A utilização dessa tecnologia de cuidado integral foi ampliada no ano de 2018, após a formação de 26 novos terapeutas comunitários, em parceria com o Movimento Integrado de Saúde Comunitária Integrativa (MISC-BA), coordenado pela terapeuta Graça Farani, representante da Associação Brasileira de Terapia Comunitária no Estado da Bahia.
Nas rodas de TCI, o participante é protagonista do seu processo de cuidado e do grupo como terapeuta; no reconhecimento do potencial da fala e da escuta; na valorização das experiências de vida; no resgate da identidade; na restauração da autoestima; e na ampliação da percepção dos problemas e possibilidades de resolução a partir das competências pessoais.
Nesse contexto, o terapeuta é um motivador, incentiva a utilização de provérbios populares, canções e partilha de experiências de vida e sabedorias, de forma horizontal e circular. Assim, cada pessoa torna-se terapeuta de si mesmo, a partir da escuta das histórias de vida que ali são relatadas.
Quem pode participar?
Todas as pessoas que não estão se sentindo bem, que estão passando por algum momento de angústia, tristeza, solidão, alterações do sono e conflitos familiares podem se juntar à roda.
Como participar?
As rodas de TCI estão sendo implantadas em Unidades Básicas de Saúde e em Centros de Atenção Psicossocial do município de Jequié-BA. A partir da parceria com o Grupo de Pesquisas em Saúde Mental da UFPel, o acesso está sendo ampliado para todo o Brasil, através deste site, de terça a sexta, das 14h30min às 16h30min.