Proporção de infectados pela Covid cresce e atinge uma a cada 82 pessoas no RS
A prevalência da infecção por coronavírus ultrapassou o percentual de 1% da população, pela primeira vez, no Rio Grande do Sul, de acordo com o mais recente levantamento do estudo Epicovid19-RS. A nova etapa estima que a proporção de pessoas com anticorpos para a Covid-19 é de 1,22% no estado (de 0,92 a 1,59%, pela margem de erro), o que corresponde a um total de 139.055 habitantes (que pode variar de 104.902 a 180.665) que têm ou já tiveram o vírus na população gaúcha. A relação é de um caso real de infecção por coronavírus a cada 82 pessoas no RS.
Para realizar o levantamento, os pesquisadores conduziram, no último fim de semana, 4,5 mil testes rápidos e entrevistas em nove cidades gaúchas. Desse total, 55 tiveram resultado positivo. Doze testes positivos foram em Canoas, e onze, em Porto Alegre, confirmando a predominância de casos na região metropolitana. Pelotas apresentou oito positivos – o município registra aceleração da curva de contágio e do número de internações em estatísticas oficiais. Passo Fundo e Caxias do Sul tiveram seis testes positivos, e Santa Maria e Ijuí, quatro, em cada cidade. Santa Cruz do Sul e Uruguaiana tiveram dois testes positivos cada.
Em caso de resultado positivo do teste com o participante, os pesquisadores testam também todos os moradores da casa. Em conjunto, os dados das sete etapas apontam que cerca de um terço das pessoas (33%) que residem com alguém que tenha testado positivo apresenta o mesmo resultado para o teste.
A análise da relação entre estimativa de casos reais e casos notificados ao longo do tempo aponta que a notificação está mais próxima do total de casos estimados, por aumento da testagem no Estado. Os dados mais recentes apontam que a estimativa de casos reais é 1,4 vez o número de notificados. Na primeira etapa, esse diferença havia sido de oito vezes; e, na segunda, de doze vezes.
Os coordenadores do estudo reforçam a necessidade de ampliar a testagem por RT-PCR e realizar a busca ativa de contatos das pessoas que tiverem resultado do teste positivo, para frear a disseminação do contágio.
Em relação às práticas de distanciamento social, o estudo mostra que um terço (32,6%) da população sai de casa diariamente, 54,6% saem para atividades essenciais, como compra de alimentos e medicamentos, e 12,8% se mantêm sempre em casa.
A pesquisa, único estudo populacional no mundo a realizar sete fases de acompanhamentos com a população das mesmas cidades, tem mais uma etapa prevista: a oitava deve acontecer de 5 a 7 de setembro.
O EPICOVID19 é coordenado pela Universidade Federal de Pelotas e pelo Governo do Estado Rio Grande do Sul, com apoio de doze universidades públicas e privadas. O objetivo do estudo é estimar o percentual de gaúchos infectados pela Covid-19; avaliar a velocidade de expansão da infecção; fornecer indicadores precisos para cálculos da letalidade e determinar o percentual de infecções assintomáticas ou subclínicas. O estudo conta com financiamento do Banrisul, do Instituto Serrapilheira, da Unimed Porto Alegre e do Instituto Cultural Floresta.