Covid – Pesquisa teve nova fase no RS
Profissionais voluntários da área da saúde voltaram às ruas para testar para o coronavírus 4,5 mil moradores do Estado, de sábado (15) a segunda-feira (17)
O estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Rio Grande do Sul (Epicovid19-RS) realizou a sétima rodada de entrevistas e testes rápidos para o coronavírus neste fim de semana, em nove cidades gaúchas. De sábado a segunda-feira, dias 15, 16 e 17 de agosto, profissionais voluntários da área da saúde, sob coordenação do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), visitaram 500 domicílios, em cada cidade, e convidaram os moradores a fazer o teste rápido para o coronavírus. Ao todo, 4,5 mil pessoas foram entrevistadas e testadas em Pelotas, Uruguaiana, Santa Maria, Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul.
O Epicovid19-RS, coordenado pela Universidade Federal de Pelotas em parceria com o Governo do Estado, estima o percentual da população gaúcha infectada pelo coronavírus, obtém cálculos precisos da letalidade e avalia a velocidade de disseminação do contágio ao longo do tempo.
“Fazemos um ‘raio-X’ do coronavírus no Estado. É o único estudo populacional no mundo a realizar sete fases de acompanhamento com a população das mesmas cidades”, diz a epidemiologista Mariângela Freitas da Silveira, que integra a coordenação do estudo na UFPel.
Os dados mais recentes da pesquisa identificaram que a proporção de pessoas com anticorpos para o coronavírus dobrou no Rio Grande do Sul no intervalo de um mês. O número estimado de pessoas que têm ou já tiveram o coronavírus passou de 55.904 (de 32.891 a 81.059, pela margem de erro), na última semana de junho, para 108.716 (de 78.774 a 146.196), na última semana de julho. Esse aumento motivou a coordenação do estudo, em decisão conjunta com o Governo do Estado, a antecipar em uma semana a realização da sétima etapa.
“Nosso estudo em solo gaúcho encontrou uma evolução no percentual de casos semelhante à do estudo nacional, em que a prevalência também dobrou no intervalo de um mês. Enquanto o país atingiu cem mil óbitos nesta semana, o estado tem apresentado aumento do número de casos, internações e mortes, com uma taxa de ocupação de leitos de UTI em geral em torno de 76%. A próxima coleta será muito importante para avaliarmos a realidade dos casos na população e o avanço do coronavírus nas diferentes regiões em relação à etapa anterior”, afirma a epidemiologista.
Em cada município do estudo, a seleção das residências e dos moradores que irão fazer o teste para o coronavírus ocorre por meio de um sorteio aleatório, utilizando os setores censitários do IBGE como base. Além do exame, o participante responde a uma breve entrevista sobre ocorrência de sintomas relacionados à Covid-19, busca por assistência médica e rotina das famílias em relação às medidas de distanciamento social.
A pesquisa tem apoio das secretarias de saúde e dos órgãos de segurança dos municípios e segue todos os protocolos de biossegurança para proteger a saúde dos entrevistadores e participantes. Em caso de dúvida, os moradores podem entrar em contato com a Guarda Municipal ou Brigada Militar para obter informações sobre as visitas às casas.
O estudo mobiliza doze universidades públicas e privadas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana); Universidade de Caxias do Sul (UCS); IMED e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade La Salle (Unilasalle).
A partir da próxima fase, o Banrisul também irá participar do financiamento do estudo, junto com a Unimed Porto Alegre, o Instituto Cultural Floresta, também da capital, e o Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro.
Os resultados vão ser divulgados por integrantes da coordenação do estudo e do Governo do RS em aproximadamente 72 horas após a finalização da coleta de dados.