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Projeto da UFPel, de edifício que produz a própria energia, é aprovado pela Eletrobras

No fim de maio, a Universidade Federal de Pelotas, com o Projeto Anexo FAUrb – NZEB UFPel, dentre 31 inscritos de todo o país, sagrou-se a segunda colocada no edital de chamada pública lançado pela ELETROBRAS, intitulado Procel Edifica – NZEB Brasil.

Edificações NZEB são edificações de alta eficiência energética que produzem sua própria energia de fonte renovável, e alcançam um balanço anual energético próximo a zero, reduzindo o impacto ambiental e a necessidade de investimentos para construção de usinas de geração de energia.

Esta forma de construção ainda não é obrigatória nas cidades brasileiras, mas na Europa já existe legislação que exige que todos os novos prédios construídos a partir de 2021 sejam NZEB. Estados Unidos, países asiáticos e outros já possuem incentivos para este tipo de projeto.

Desta forma, a UFPel adianta-se no Brasil em relação a esse tema, capacitando-se para ser uma das instituições pioneiras e uma referência nacional em prédio público NZEB.

Esta Chamada Pública tem como objetivo contribuir para a construção de até quatro NZEBs no território Brasileiro – cada projeto selecionado receberá o valor de até R$ 1 milhão de reais; fomentar o conhecimento, estudo e desenvolvimento de projetos de NZEB; criar um efeito de demonstração de edificações NZEB, possibilitando que este tipo de edificação possa ser adotado em larga escala, no contexto nacional, dentre outros objetivos.

Sob coordenação do professor Antonio César Silveira Baptista da Silva, o Projeto Anexo FAUrb – NZEB UFPel contou com uma equipe formada por técnicos da UFPel, professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, alunos de Mestrado do PROGRAU e pesquisadores do Laboratório de Inspeção de Eficiência Energética em Edificações – (LINSE| UFPel).

O Anexo FAUrb – NZEB UFPel, com cerca de 600 m², distribuídos em três pavimentos, foi desenvolvido com o intuito de ser uma edificação com tecnologia e materiais de construção usuais na região e similar ao existente no local, porém com a adoção de estratégias bioclimáticas que permitam manter as condições internas de conforto por meios naturais na maior parte do tempo, complementando com equipamentos e sistemas eficientes.

Ao alto desempenho energético do edifício, aoma-se uma geração renovável de energia através de módulos fotovoltaicos, totalizando capacidade instalada de aproximadamente 14 kW. Conforme os resultados da simulação computacional de desempenho energético, anualmente, o prédio deverá produzir mais energia do que consome, abatendo o consumo de energia da UFPel.

Para garantir que o edifício em uso obtenha tanto desempenho quanto em simulação, esta proposta incluiu sistema de automação predial atuando, por meio de inteligência artificial, na iluminação natural e artificial, ventilação natural, ventiladores de teto, condicionador de ar e sombreamento complementar, para tomar as melhores decisões, no que diz respeito ao conforto e ao consumo de energia, a partir de informações coletadas por sensores.

Este sistema, em desenvolvimento com o Grupo de Aplicações em Inteligência Artificial (GAIA), do CDTEC, proporcionará, ainda, a interação com o usuário, como forma de orientação e aprendizagem nos dois sentidos, aliando-se ao Programa de Bom Uso Energético (Proben). As tecnologias aplicadas nesta proposta fazem com que esta edificação se constitua num grande laboratório experimental, em uso real de aplicação e divulgação do conceito NZEB em edificações públicas, num dos climas mais complexos do país.

Para garantir a qualidade, do projeto executivo à instalação e uso dos sistemas, será implantado processo de comissionamento contínuo do edifício, a fim de identificar a necessidade de intervenções preventivas e/ou corretivas, conduzido pelo Grupo de Pesquisa em Gestão da Construção (GECon), da FAURb.

Como prédio público federal, o Anexo FAUrb, deverá receber a etiqueta de eficiência energética, conforme obriga a Instrução Normativa n° 02/2014 e será aberto à visitação pública, em horários determinados, por um período de dois anos, conforme condições do Edital. “A construção deste prédio, concebido ainda enquanto Diretor da FAUrb, comprova ser possível fazer, hoje e aqui, edificações comprometidas com o futuro”, disse o professor Antonio César.