Espetáculo SEM ANA faz homenagem a Caio Fernando Abreu
Há 70 anos nascia um dos maiores contistas que o país já teve: Caio Fernando Abreu. Neste final de semana, os cursos de Teatro e Dança da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) farão uma homenagem ao escritor. Nos dias 28 e 29, será reapresentado o espetáculo SEM ANA, que tem concepção e atuação de Daniel Furtado, e é baseado no conto de Caio Fernando Abreu, “Sem Ana, Blues”.
Além de homenagear o escritor gaúcho, o trabalho faz parte das comemorações dos dez anos dos cursos de Teatro e Dança da UFPel. As apresentações serão na sala Carmem Biasoli, rua Almirante Tamandaré 301, sexta e sábado às 19h30min, com entrada franca. As senhas podem ser retiradas meia hora antes do início dos espetáculos.
O trabalho foi realizado dentro do Projeto de pesquisa “O Ator e o Teatro Contemporâneo”, e tem o apoio do Núcleo de Teatro da UFPel. A encenação tem como base a linguagem da dança-teatro, onde texto, movimento, dança e interpretação se fundem para contar a história. O texto fala sobre o amor, a perda e o sempre difícil recomeço, e o espetáculo busca, através de uma montagem intimista, que valoriza o contato direto com o público, falar diretamente aos corações dos espectadores, expondo experiências e emoções que são comuns a todos.
O espetáculo
O trabalho é fruto de uma longa pesquisa, tanto nas áreas de teatro e dança, como em adaptações de textos narrativos para a cena – ou transcriações, como diz Daniel Furtado, utilizando-se do termo cunhado por Haroldo de Campos, conceito que norteia sua dissertação de mestrado, realizada na UFMG, publicada agora em livro. Para o ator, que também é professor no curso de Teatro da UFPel, “a passagem de um texto narrativo para a cena teatral é algo mais amplo e complexo que uma adaptação. Trata-se de um processo de criação, de tradução entre linguagens diferentes, a literária e a do palco, daí transcriação, termo criado por Haroldo de Campos para se referir à tradução poética”.
O trabalho é baseado no conto “Sem Ana, Blues”, que integra o livro de Caio Fernando Abreu Os Dragões Não Conhecem o Paraíso, lançado em 1988. Caio, considerado pela crítica um dos maiores contistas brasileiros do século XX, traz em Os Dragões… 13 histórias relacionadas ao amor. “Amor e sexo, amor e morte, amor e abandono, amor e alegria, amor e memória, amor e medo, amor e loucura”, como diz o autor na introdução de seu livro. O espetáculo tem assistência de direção de Maria Falkembach, cenário de Helene Sacco e produção executiva de June Martino e Mariah Moreira.
Ficha Técnica
Concepção e Atuação – Daniel Furtado
Assistência de direção – olhar de fora – Maria Falkembach
Cenário – Helene Sacco
Figurino – June Martino
Iluminação – Daniel Furtado
Assistência na coreografia da dança de salão – Flavia Marchi
Fotografia – Camila Hein
Projeto Gráfico – Valder Valeirão – Nativu Design
Produção Executiva – June Martino e Mariah Moreira