Epidemiologia define método para avaliar impacto do projeto Criança Feliz
Um estudo desenvolvido com a colaboração do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia (PPGE) da UFPel irá avaliar o impacto das ações do programa Criança Feliz, do governo federal, na área de desenvolvimento infantil.
O estudo de avaliação é fruto da parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, com a participação do PPGE. Sob coordenação dos professores Cesar Victora e Iná Santos, a equipe da UFPel desenvolveu a metodologia e integra a coordenação da pesquisa.
De acordo com informações do MDS, o levantamento é a maior pesquisa de avaliação de impacto de um programa de primeira infância já realizado em nível mundial.
Capacitação de entrevistadores ocorre de 11 a 15 de junho em Brasília
Com início previsto para o segundo semestre de 2018, o estudo está em fase de preparação das equipes de trabalho. A capacitação dos entrevistadores começou na segunda-feira (11) e se encerra nesta sexta-feira (15), em Brasília. Uma equipe de sessenta entrevistadores está recebendo treinamento para a coleta de dados de famílias atendidas pelo Criança Feliz em trinta cidades, de seis estados brasileiros. Os questionários incluem dados demográficos e socioeconômicos, além de informações sobre a saúde da mãe e da criança, condições de nascimento dos bebês e hábitos de vida. Os dados coletados compõem o que os pesquisadores chamam de “avaliação de linha de base”. Eles servem como ponto de partida para monitorar os resultados das orientações sobre cuidados na primeira infância que vem sendo transmitidas em visitas semanais às famílias inscritas no Criança Feliz. “A ferramenta nos ajudará a identificar o efeito do programa no desenvolvimento infantil”, esclarece a professora Iná Santos, da UFPel.
Segundo o secretário de Avaliação e Gestão da Informação – área que coordena a pesquisa no MDS -, Vinícius Botelho, a pesquisa também vai contribuir para o embasamento científico das ações. “Evidências científicas demonstram que programas voltados para o desenvolvimento infantil ainda na primeira infância têm importância decisiva na vida adulta daqueles que são atendidos. A partir dessa avaliação, será possível o aprimoramento das ações para que elas produzam ainda mais resultados positivos”, destacou ele.
A expectativa do MDS é inclui no estudo de avaliação 4,2 mil famílias dos municípios participantes do Criança Feliz.
Sobre o Criança Feliz
O Criança Feliz ampliou a rede de atenção e cuidado integral para a primeira infância no país. Semanalmente, visitadores realizam o acompanhamento de famílias e oferecem orientações sobre como estimular o desenvolvimento infantil e fortalecer os vínculos familiares e comunitários. Até o momento, 2,6 mil municípios aderiram ao programa. As ações são voltadas às gestantes e crianças de até três anos beneficiárias do programa Bolsa Família, e às crianças de até seis anos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). São mais de 290 mil pessoas, entre crianças e gestantes, acompanhadas semanalmente por equipes capacitadas em diversas áreas de conhecimento, como saúde, educação, serviço social e direitos humanos.