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Equipamento de Ressonância Magnética Nuclear traz avanço para a pesquisa

Foi inaugurado na última sexta-feira (20) um equipamento que vai trazer grandes avanços para a pesquisa da Universidade Federal de Pelotas: um espectrômetro de ressonância magnética nuclear. Apesar de instalado em dependências ligadas ao Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos, a gestão em torno do aparelho traz uma concepção de utilização multiusuários, uma política a ser cada vez mais adotada na UFPel.

A ressonância se baseia na interferência provocada no comportamento dos núcleos de certos isótopos presentes nas moléculas, a partir de um campo magnético externo. Tal técnica obteve um salto de qualidade nas últimas décadas e, hoje, abrange um vasto leque de aplicações, nas mais diversas áreas da ciência.

Por isso, durante a inauguração, foi destacado o grande número de grupos de pesquisa e programas de pós-graduação que estiveram envolvidos na submissão do pedido do equipamento no edital CT-INFRA, ainda no ano de 2008: somente de PPGs apoiadores, foram nove; pesquisadores endossando a proposta eram 110.

“Foram 10 anos de espera”, disse o coordenador do laboratório, Éder Lenardão, durante o ato. O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Flávio Demarco, definiu como um desafio a compra de um equipamento como este, que exige processo de importação. O valor investido somente na compra foi de 310 mil euros.

No entanto, ele também frisou o impacto que o aparelho vai trazer para a consolidação dos programas de pós-graduação: “Temos agora uma estrutura de pesquisa de ponta”. Opinião compartilhada pelo diretor do CCQFA, Rui Zambiazi. “Esse tipo de equipamento vem para explorar ainda mais nosso potencial de pesquisa”, afirma.

O reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal, também diz acreditar no grande potencial a ser explorado a partir de experimentos realizados no novo espectrômetro: “Daqui a alguns anos, vamos ver publicações feitas nas melhores revistas do mundo de pesquisas que terão usado esse equipamento”. Ele enfatizou a sua destinação coletiva: “Ele é publico”, ao apontar que exista um necessário regramento de uso, que, mesmo assim, beneficie a máxima utilização possível.

Ciência de alta qualidade

De acordo com Lenardão, coordenador do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear, o espectrômetro permite uma vasta gama de procedimentos, mas com grande precisão. “A sua primeira função é a de elucidação estrutural, de determinar a estrutura de moléculas orgânicas”, explica. No entanto, este, que era seu único uso inicialmente, foi ampliado para diversos campos, tais como o controle de qualidade e o desenvolvimento de novos materiais, no qual participa no processo de caracterização. Na área da saúde, o aparelho permite a análise de metabólitos, possibilitando um diagnóstico rápido para diversas condições.

Por isso, é considerado um equipamento de técnica versátil. Tal condição permite uma utilização por diversos grupos de pesquisa e programas de pós-graduação, tais como das áreas da Química, Física, Biotecnologia, Bioquímica e Bioprospecção, Agronomia, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Meteorologia, Veterinária, entre outros. Além disso, ele também permitirá um maior aprimoramento da pesquisa, formação e treinamento de nossos estudantes e o estreitamento de cooperações com o setor produtivo.

Publicado em 24/04/2018, nas categorias Destaque, Notícias.