Início do conteúdo

Depois do acesso, a permanência: Política de Ações Afirmativas na Pós-Graduação da UFPel avança

No primeiro semestre desse ano, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) tornou-se a terceira universidade federal do país a aprovar uma política de ações afirmativas para a pós-graduação. A resolução aprovada pelo Conselho Universitário (CONSUN) garantiu a reserva de 25% das vagas de pós-graduação da Instituição para estudantes negros, indígenas, quilombolas ou com deficiência. Nesta semana, a política foi aperfeiçoada, com a aprovação da resolução que complementa o acesso, propiciando condições para a permanência dos estudantes do acesso afirmativo na pós-graduação da Instituição.

O objetivo da política de permanência aprovada pelo CONSUN é proporcionar também aos ingressantes do acesso afirmativo oportunidades para desenvolverem ao máximo o seu potencial nos cursos de pós-graduação. A resolução garante que todas as bolsas de mestrado e doutorado administradas pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação e 25% das bolsas dos programas sejam destinadas prioritariamente aos estudantes negros, indígenas, quilombolas ou com deficiência. Alunos de pós-graduação em situação de vulnerabilidade social também poderão pleitear espaço para moradia na nova Casa do Estudante da UFPel.

O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Flávio Demarco, ressalta alguns princípios norteadores das mudanças. “Uma das importantes marcas de nossa gestão é o tratamento com equidade, pela implementação de políticas para aqueles que mais necessitam”, observa. Segundo ele, as políticas afirmativas de acesso e, agora, as de permanência, são ferramentas importantes de reparação de situações históricas e de aumento da diversidade não apenas na graduação, mas também na pós-graduação.

Para a chefe do Núcleo de Ações Afirmativas e Diversidade, Rosemar Lemos, essa é mais uma conquista a ser comemorada, na busca pelo respeito e igualdade de oportunidades às etnias atualmente pouco presentes nos bancos universitários dos programas de pós-graduação do país. “Enquanto professora comprometida com esta Universidade, mulher negra e conectada aos movimentos sociais, posso afirmar que garantimos primeiro o acesso, e agora a permanência dos estudantes negros, indígenas e quilombolas na pós-graduação da UFPel”, destaca.

Ao aprovar a resolução do acesso afirmativo na pós-graduação em abril, o CONSUN constituiu comissão composta por representantes discentes, docentes, técnico-administrativos e da gestão. Componente da comissão, o coordenador de Pós-Graduação, Rafael Vetromille-Castro, destaca o objetivo comum que pautou as reuniões que levaram à construção do texto apreciado pelo Conselho Universitário na manhã do dia 3 de outubro. De acordo com ele, as propostas e os debates durante os trabalhos evidenciaram a busca incessante pela inclusão e pela qualidade da pós-graduação na UFPel.

As novidades já serão implantadas nos processos seletivos que ocorrem no final do ano. O reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal, comemora a conquista, mencionando que a UFPel se consolida, cada vez mais, como uma Universidade popular. “A UFPel é sustentada por toda, e não somente por uma parcela da população. Portanto, nada mais justo que toda a população tenha acesso e condições dignas de permanência na Universidade”.

 

Publicado em 03/10/2017, nas categorias Destaque, Notícias.