Cine UFPel nesta semana traz Blue Bird, Aquarius e Macunaíma
Programação do Cine UFPel ( rua Lobo da Costa, 447) para esta semana:
Quarta- 23/11 – 19h – Blue Bird, de Luis Fabiano (BRA, FIC, 2016)
O filme é uma Produção da Fio da Navalha Arte & Comunicação, direção de Luis Fabiano, produção de Carla Avila e Liza Bilhalva, finalização de Rogério Peres e desenho de áudio por Vinicius Silva.
Você por acaso já imaginou qual seria o lugar mais frequentado por Bukowski, nos dias atuais? O Fio da Navalha buscou responder essa pergunta e o resultado foi unânime… O Pássaro Azul! No tradicional bar pelotense, com mais de 62 anos de existência, eles acreditam que facilmente encontraríamos o autor tomando sua cerveja, solitário, e vendo os tipos mais variados passando por lá, todos os dias.
Frequentadores da casa, localizada na avenida Bento Gonçalves e que encerrou suas atividades este ano de 2016, o grupo percebeu, na ambientação do lugar, a oportunidade perfeita para uma filmagem. Surge então o novo projeto, intitulado “Blue Bird”. Inspirados no poema de mesmo nome, pertencente ao livro “A Última Noite dos Poemas da Terra”( 1992), de Charles Bukowski. Trata-se de uma homenagem ao bar Pássaro Azul e também ao autor de obras memoráveis como: “Factotum”, “Misto Quente”, “Mulheres” e “Cartas na Rua”.
Bate-papo com os realizadores do filme pós sessão.
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Sexta- 25/11 – 19h – Aquarius, de Kleber Mendonça Filho (BRA, FIC, 2016, 142 min)
A produção de Kleber Mendonça Filho (de O Som ao Redor) arrancou elogios desde sua primeira exibição no Festival de Cannes deste ano. Estrelado por Sonia Braga, Aquarius trata da história de Clara, uma jornalista sexagenária aposentada, viúva e mãe de três filhos ela possuiu um apartamento à beira da praia em Recife. Porém, uma construtora ameaça retirá-la do edifício para construir mais um arranha-céu.
Depois de concorrer à Palma de Ouro em Cannes, de ter sido premiado em três países (Peru, Polônia e Austrália) e de estar na programação dos festivais de Nova York e Gramado, entre outros, o filme pernambucano Aquarius foi selecionado também para o Festival de Toronto, no Canadá, que é um dos mais importantes do mundo (o principal da América do Norte).
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Sábado – 26/11 – 16h – Macunaíma, de João Pedro Andrade (BRA, FIC, 1969, 108 min)
Macunaíma é um herói preguiçoso, sem caráter e safado. Nasceu em meio a mata, já grande, e só começou a falar com seus seis anos de idades, prova cabal de sua preguiça.
Esse personagem representa durante o filme o brasileiro. Seus jeitos e trejeitos, suas expressões e seus diálogos cômicos, suas atitudes e confissões. Macunaíma, de negro, se transforma em branco e do sertão migra a cidade com os irmãos, buscando um compêndio de todas as vivências e aventuras possíveis no país.
A comédia de Joaquim Pedro já se inicia com o nascimento do protagonista em meio à mata virgem. Essa representação já demonstra o desejo de explorar o inexplorado, de revelar o Brasil que surge da tipicidade de seu povo e de sua própria cultura. Cultura essa que, aliás, dialoga com si própria ao refletir o típico modo de vida do brasileiro, ou a construção cultural pitoresca do povo. O caminho percorrido pelo protagonista, na obra textual, ou em sua representação fílmica, é metaforizado concomitantemente às passagens culturais e sociais de Macunaíma.
A alegoria da população brasileira em sua diversidade, que se transforma em unicidade, se dá pelos percalços discorridos durante a obra. Apesar dos poucos cortes expressivos e de muitos elementos colocados para que o espectador os decifre, sobram cores, movimentos e diálogos construídos em cima de linguagem própria, o que muitas vezes acaba por dificultar seu perfeito entendimento.